RECIFE — O Global Energy Monitor (GEM) lançou, na quarta-feira (25), dois rastreadores desenvolvidos para acompanhar a transição energética no mundo. A ferramenta fornece dados sobre os mais de 18 mil projetos eólicos em operação e planejados em 144 países, além dos cerca de 8 mil projetos solares também em operação e planejamento em 148 países.
As ferramentas de rastreio e os relatórios do GEM já são utilizados por organizações como o Banco Mundial, IEA (na sigla em inglês), Bloomberg Global Coal Countdown e setores da ONU para observar o mercado de combustíveis fósseis.
“Capturar toda a extensão do desenvolvimento de energia solar e eólica em todo o mundo é fundamental para medir o progresso em direção à transição energética. Com dados em nível de projeto e de acesso aberto como estes, estamos agora em uma posição muito mais forte para acompanhar como cada país está se posicionando em relação às suas próprias metas declaradas de energias renováveis”, afirma Ingrid Behrsin, gerente de projeto do Rastreador de Energia dos Ventos do GEM.
A nível de mapeamento já divulgado pela plataforma, o Brasil lidera com ampla margem a geração eólica na América Latina, com 19 GW de energia solar em operação, à frente do México (7GW), Argentina (3GW) e Chile (2GW).
Com esses números, o Brasil é o sexto maior gerador de energia eólica, atrás da Índia, Espanha, Alemanha, EUA e China. Quando levados em conta os projetos em fase de construção, contratação ou anunciados, o país está na quarta colocação, com 70GW, em um ranking liderado por Austrália (111GW), China (95GW) e EUA (95GW).
Na energia solar, o país é o nono maior gerador global, com pouco mais de 3GW em 98 projetos em operação mapeados, atrás do México (10 GW), que lidera entre os latino-americanos. O rastreador ainda apontou que o Brasil tem grande capacidade solar projetada, com 484 propostas em desenvolvimento — a maior delas no norte de Minas Gerais — e 101 já em construção, sendo a maioria nos estados do Nordeste.
As ferramentas também apontaram uma grande competitividade regional, com os principais mercados atuais ameaçados por projetos futuros desenvolvidos por outros países que embarcam na transição energética. No continente africano, por exemplo, embora a África do Sul esteja, atualmente, liderando as operações eólicas e solares, a Argélia assumirá a ponta com seu potencial de capacidade eólica, seguida pelo Marrocos.