RIO — O Porto de Suape planeja lançar em 15 dias uma chamada pública para atrair empresas interessadas na construção de uma planta de hidrogênio verde (H2V) para início da produção em 2026. O investimento estimado é de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, para a instalação de uma unidade com 1 GW de capacidade de eletrólise.
Segundo o diretor de Meio-Ambiente e Sustentabilidade, Carlos Cavalcanti, Suape deverá fazer mais duas chamadas públicas para projetos do tipo, no segundo semestre.
Atualmente, a administração do porto está conversando com três interessados no projeto: a Qair, de origem francesa; a Casa dos Ventos; e a australiana Fortescue Future Industries (FFI), que é uma subsidiária da mineradora Fortescue Metals Group.
As três empresas já assinaram memorandos de entendimentos com o porto de Suape. A expectativa é que outros agentes participem da chamada pública.
“Suape é, hoje, um grande condomínio. Abrigamos 224 empresas dentro do complexo e ainda temos muito potencial para crescer”, avalia Cavalcanti.
O modelo da usina foi vencedor de uma concorrência da qual participaram 31 projetos. Segundo Cavalcanti, ela usará a tecnologia block chain, que permite o rastreamento e a certificação da origem do H2V.
“Essa usina fica fora da poligonal do porto, sua administração será feita diretamente por Suape, sem precisar passar pela Secretaria Nacional dos Portos. Esse é um atrativo importante”, explica Cavalcanti.
Notícias Relacionadas
Mercado de trabalho
Hidrogênio verde vai demandar três mil técnicos por ano no Brasil, aponta Senai
A produção de hidrogênio por eletrólise é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos
Indústria química
Governo atende a pleito do setor químico e eleva tarifa de importação de produtos
Câmara de Comércio Exterior considerou aumento expressivo nas importações de produtos e matérias-primas essenciais à indústria química
Autonomia e próximos projetos de hidrogênio verde
A administração do Porto de Suape (PE) espera recuperar em 60 dias a autonomia da gestão do complexo portuário e, assim, desburocratizar e acelerar os processos licitatórios.
O porto espera um desfecho sobre o assunto junto ao governo federal, num momento em que busca atrair investidores para a expansão da infraestrutura de gás — e, numa perspectiva de mais longo prazo, tem planos de se consolidar como um dos principais polos de H2V do país.
No segundo semestre, serão feitas outras duas chamadas públicas para hidrogênio verde. A primeira será de uma usina que ficará dentro do porto e, caso a autonomia ainda não tenha saído, será administrada pela Secretaria Nacional dos Portos. Esse projeto ainda está na fase de estudos preliminares.
A ideia é que todas as usinas tenham 1 GW de capacidade.
Atualmente, Suape tem seis memorandos de entendimento com empresas interessadas na produção de hidrogênio verde (H2V) no porto, com a Qair, Casa dos Ventos, Brid Logístic, White Martins/Linde, Neoenergia e Suape-Senai.
O projeto da francesa Qair, sozinho, pode representar investimentos da ordem de R$ 20 bilhões.
