RECIFE — A EDP anunciou uma parceria global para instalar até 100MWp de energia solar em unidades da Faurecia, empresa do grupo Forvia, na Europa, Ásia e Estados Unidos. A expectativa é instalar, até o fim de 2023, mais de 60 parques solares de autoconsumo nas fábricas da multinacional em Portugal, Espanha, Itália, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, Japão e Tailândia.
Os parques devem somar até 200 mil painéis solares, no modelo de Energy as a Service (EaaS) — onde o consumidor paga por um serviço de energia sem precisar investir em infraestrutura.
O projeto é o maior empreendimento da EDP quando se trata de energia solar distribuída, e o primeiro a ser instalado com o mesmo parceiro em diferentes continentes de forma simultânea.
A Faurecia, empresa multinacional com atuação na indústria de automóvel, passará a consumir energia renovável produzida nas suas próprias instalações, reduzindo a sua dependência da rede energética. A parceria faz parte dos objetivos da Faurécia de redução progressiva das emissões de carbono das suas operações industriais (escopos 1 e 2).
Na cooperação EaaS, o custo dos painéis ficará à cargo da EDP, assim como a sua manutenção e operação, por meio de contratos de longa duração ajustados às necessidades locais de cada mercado da Faurecia.
“Ao instalar mais 100MWp de energia solar, estamos cada vez mais perto de cumprir o nosso objetivo de crescer dez vezes na geração solar distribuída até 2025, comparativamente com 2020”, afirma Miguel Stilwell d’Andrade, CEO do grupo EDP.
A energia solar distribuída é um dos eixos de crescimento da EDP para esta década, tendo como objetivo instalar mais de 2GW em casas e empresas até 2025.
Na Europa e Brasil, a empresa instalou cerca de 300MWp em edifícios e terrenos de empresas e famílias através da EDP Comercial. Já nos Estados Unidos e na na Ásia Pacífico, o grupo passou a atuar no setor de solar distribuída através das aquisições da norte-americana C2 Omega e da asiática Sunseap.
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Solar para hidrogênio verde no Ceará
Em setembro passado, a EDP anunciou R$ 41,9 milhões em investimentos em uma planta de produção de hidrogênio verde (H2V) do Ceará. O projeto inclui uma usina solar com capacidade de 3 MW e um módulo eletrolisador para produção do combustível a partir de energia renovável.
A unidade modular terá capacidade de produzir 250 Nm³/h de H2V e está prevista para começar a operar no fim de 2022, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). O projeto fará parte do hub de hidrogênio verde que vem sendo desenvolvido pelo estado.
A empresa, com atuação em todos os segmentos do setor elétrico brasileiro, pretende desenvolver um mapa com análises de cenários de escala, considerando todos os elos da produção do H2V, além de modelos de negócios, parcerias com indústrias e uso do combustível nos transportes rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo.
A usina de hidrogênio verde também é parte da estratégia de descarbonização da companhia e busca viabilizar a continuidade das atividades de sua termelétrica no CIPP, a UTE Pecém – I, hoje abastecida a carvão.
A ideia é futuramente substituir o carvão pelo H2V.