Editada MP da comercialização do pré-sal

Editada MP da comercialização do pré-sal
Coletiva de imprensa após 2ª e 3ª Rodadas de Licitação dos leilões do pré-sal. Foto: Saulo Cruz/MME
Coletiva de imprensa após 2ª e 3ª Rodadas de Licitação dos leilões do pré-sal.
Foto: Saulo Cruz/MME

O governo federal editou nesta sexta-feira (22/12) a Medida Provisória 811/17, que libera a Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para comercializar diretamente ou contratar comercializador para a parcela do petróleo e gás natural da União nos contratos de partilha da produção do pré-sal. A MP assinada pelo presidente Michel Temer determina que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publique até 31 de dezembro de 2018 a nova politica de comercialização do petróleo e gás natural da União no pré-sal. Até lá, essa política será realizada por meio de ato do Ministério de Minas e Energia. 

A MP prevê que a comercialização do petróleo pela PPSA observará a política estabelecida pelo CNPE e o preço de referência fixado pela ANP. Determina também que só poderá ser contratada a venda com preços inferiores aos de referência da ANP se não aparecerem interessados na compra, hipótese em que os preços praticados deverão ser compatíveis com os de mercado.

A mudança é necessária já que a legislação atual prevê que a PPSA contrate um agente comercializador para vender o óleo da União nos projetos. O problema atual é que a lei prevê que o agente comercializador contratado informe ao governo o preço final de venda, o que não é feito por nenhuma trading.

A PPSA chegou a tentar fazer uma primeira licitação para contratar um comercializador e nenhuma empresa se interessou pelo contrato no modelo atual da legislação. A Petrobras, que pela lei atual pode ser contratada diretamente para fazer esse papel, declinou da competência.

A MP 811 tem prazo para tramitar na Câmara dos Deputados entre 2 e 28 de fevereiro, com prazo para recebimento de emendas entre 2 e 7 de fevereiro. Depois segue para o Senado, onde precisa tramitar entre 1 e 14 de março. A partir de 15 de março a MP começa a trancar a pauta. 

Veja abaixo a íntegra do texto da Medida Provisória:

MEDIDA PROVISÓRIA No 811, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017

Altera a Lei no 12.304, de 2 de agosto de 2010, que autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Em- presa Brasileira de Administração de Pe- tróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Pe- tróleo S.A. – PPSA e dispõe sobre a po- lítica de comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1o A Lei no 12.304, de 2 de agosto de 2010, passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2o …………………………………………………………………………

Parágrafo único. A PPSA não será responsável pela execução, direta ou indireta, das atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos.” (NR)

“Art. 4o ………………………………………………………………………… ……………………………………………………………………………………………

II- ……………………………………………………………………………….

a) celebrar os contratos, representando a União, com agentes comercializadores ou comercializar diretamente petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos da União, preferencialmente por leilão;

b) cumprir e fazer com que os agentes comercializadores cumpram a política de comercialização do petróleo e do gás natural da União; e

c) monitorar e auditar operações, custos e preços de venda de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos praticados pelo agente comercializador.

…………………………………………………………………………………………..

§ 1o No exercício das competências previstas no inciso I do caput, a PPSA observará, nos contratos de partilha de produção, as melhores práticas da indústria do petróleo.

§ 2o A receita a que se refere o art. 49, caput, inciso III, da Lei no 12.351, de 22 de dezembro de 2010, será considerada após a dedução dos tributos e dos gastos diretamente relacionados a operação de comercialização, e, quando for o caso, da remuneração do agente comercializador.

§ 3o Os gastos diretamente relacionados à comercialização deverão ser previstos em contrato firmado entre a PPSA e o agente comercializador ou entre a PPSA e o comprador e, na hipótese de licitação, também no edital.

§ 4o Não serão incluídas nas despesas de comercialização a remuneração e os gastos incorridos pela PPSA na execução de suas atividades, tais como despesas de custeio e investimento e o pagamento de tributos incidentes sobre o objeto de sua atividade.

§ 5o A remuneração do agente comercializador será calculada na forma prevista no contrato de que trata a alínea “a” do inciso II do caput, observadas as diretrizes do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE consubstanciadas na política de comercialização do petróleo e do gás natural da União.

§ 6o A comercialização pela PPSA observará a política estabelecida pelo CNPE e o preço de referência fixado pela ANP, de forma que somente poderá ser realizada por preço inferior ao de referência se não aparecerem interessados na compra, hipótese em que os preços praticados deverão ser compatíveis com os de mercado.

§ 7o Nos acordos de individualização da produção de que trata o inciso IV do caput, os gastos incorridos pelo titular de direitos da área adjacente na exploração e na produção do quinhão de hidrocarbonetos a que faz jus a União terão o mesmo tratamento que o custo em óleo a que se referem os incisos I e II do caput do art. 2o da Lei no 12.351, de 2010.

§ 8o O CNPE poderá fixar diretrizes para o cumprimento do disposto na alínea “c” do inciso II do caput.” (NR)

“Art. 7o ………………………………………………………………………..

I – remuneração pela gestão dos contratos de partilha de produção, inclusive a parcela que lhe for destinada do bônus de assinatura relativo aos contratos;

II – remuneração pela gestão dos contratos que celebrar com os agentes comercializadores e pela celebração dos contratos de venda direta do petróleo e gás natural da União;

…………………………………………………………………………………..” (NR)

Art. 2o O Conselho Nacional de Política Energética – CNPE editará resolução com a nova política de comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos até 31 de dezembro de 2018.

Parágrafo único. Enquanto não for disciplinada a nova po- lítica de comercialização pelo CNPE, a comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos realizada diretamente pela PPSA será regida por ato do Ministro de Estado de Minas e Energia.

Art. 4o Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 21 de dezembro de 2017; 196o da Independência e 129o da República

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