A Enauta anunciou nesta terça-feira (22/2) que aprovou investimentos de US$ 1,2 bilhão no projeto sistema definitivo de produção do campo de Atlanta, em águas profundas da Bacia de Santos. O recursos já incorporam US$ 100 milhões que precisam ser aportados após a entrada em produção e US$ 500 milhões referentes à unidade de produção.
O investimento pode ser reduzido em US$ 100 milhões caso a Yinson exerça a opção de compra do FPSO OSX-2, adquirido pela Enauta e que será o responsável pela produção a partir de 2024.
A unidade terá capacidade para produzir 50 mil bpd de petróleo e 140 mil bpd de água.
Em dezembro, a Enauta anunciou que assinou carta de intenções com a Yinson Holdings Berhad para engenharia de detalhamento e compromissos de long lead items para o FPSO.
O acordo prevê a adaptação do FPSO por meio de um contrato turnkey de Engineering, Procurement, Construction and Installation (EPCI), com garantia, operação e manutenção por 24 meses.
O investimento para a perfuração de poços e equipamentos subsea permanece estimado entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões. Os novos contratos serão anunciados nos próximos dias, de acordo com a Enauta.
Produção antecipada até 2025
A Enauta anunciou recentemente o retorno da produção de um dos poços do campo de Atlanta, após uma paralisação preventiva para inspeção e reparo de uma linha de produção do FPSO Petrojarl I, que está produzindo, no momento, 4 mil barris por dia de petróleo.
O segundo poço deve voltar a produzir depois que uma falha no sistema elétrico for reparada.
Na última semana, a empresa anunciou que fechou acordo com a Petrojarl I e a Altera para extensão do contrato de afretamento e operação e manutenção, respectivamente, do FPSO Petrojarl I, que é responsável pelo Sistema de Produção Antecipada do campo de Atlanta, em águas profundas da Bacia de Santos.
A ampliação do contrato demandará US$ 30 milhões para a adequação da plataforma, que ficará no sistema de produção até maio de 2025, uma ampliação de dois anos da previsão inicial de término, que era programado para maio de 2023.
A extensão do contrato de afretamento, operação e manutenção depende da obtenção de Certificado da DNV (Det Norske Veritas), a ser emitido antes do término do contrato atual.
Empresa avaliou encerrar as operações em Atlanta
Em novembro do ano passado, a Enauta anunciou que estava avaliando encerrar as operações do campo de Atlanta. A alternativa, que acabou acontecendo, era assumir 100% do campo. A medida foi estudada quando a Barra Energia anunciou que estava saindo projeto.
— “A Enauta já vinha revisando o projeto com o objetivo de torná-lo mais robusto e resiliente aos novos cenários de preços de petróleo, gerando maior valor para os acionistas. Com a notificação da Barra Energia, esse estudo será acelerado e embasará a decisão da companhia,” afirma Décio Oddone, CEO da Enauta, no comunicado.
“Uma eventual devolução conjunta do campo não ocorreria de imediato. O Sistema de Produção Antecipada continuaria operando enquanto fosse viável economicamente. O abandono definitivo somente ocorreria após a conclusão dos trâmites necessários junto aos órgãos competentes”, informou a empresa.