Onip é contra o PL do conteúdo local. Quatro perguntas para Marcos Assayag

Marcos Assayag, nos tempos de Petrobras, quando comandou o Centro de Pesquisa da estatal  - Foto: Agência Petrobras
Marcos Assayag, nos tempos de Petrobras, quando comandou o Centro de Pesquisa da estatal - Foto: Agência Petrobras
Marcos Assayag, nos tempos de Petrobras, quando comandou o Centro de Pesquisa da estatal - Foto: Agência Petrobras
Marcos Assayag, nos tempos de Petrobras, quando comandou o Centro de Pesquisa da estatal – Foto: Agência Petrobras

O diretor-geral da Onip, Marcos Assayag, acredita que o mercado de petróleo e gás no Brasil será reativado com os novos leilões que estão sendo promovidos pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “O Brasil tem uma tendência de crescimento, sobretudo no pré-sal”, diz Assayag, que conversou com exclusividade com a E&P Brasil. O executivo, que fez careira na Petrobras, onde trabalhou por mais de 40 anos, está no comando da Onip desde agosto. Assumiu a direção da entidade oito meses depois da saída de Eloy Fernandez y Fernandez, que comandou a organização por mais de uma década.

Assayag se diz contra qualquer tipo de reserva de mercado e alerta que as empresas precisam se adequar, trazendo tecnologia de fora ou investindo em P&D usando o dinheiro da participação especial. “A minha visão é que reserva de mercado faz parte do passado. Nos dias de hoje temos que trabalhar com produtividade. Não dá para ser paternalista e viver de reserva”, afirma. 

E&P Brasil: Como o senhor enxerga seu trabalho no comando da Onip em 2018?

Marcos Assayag: Vamos trabalhar para estimular a competitividade. E vamos gerar uma proposta de política industrial para o setor de petróleo e gás.

E a proposta do Projeto de Lei 9.302, que institui a política de conteúdo para o setor de petróleo e gás no país?

Isso não é bom. Não pode ser cartorial. Não pode ter percentual. Isso é um retrocesso no sentido de aumentar competitividade. A Onip se posiciona contrária a esse tipo de postura. Nós temos que trabalhar buscando competitividade e produtividade. Esse é o trabalho que a indústria tem que fazer. Se não tiver inovação, ase não tiver produtividade, a tendência é fracassar. 

Quando o setor vai começar a sentir a demanda dos leilões de petróleo e gás realizados em 2017? 

Não vira aço imediatamente. Normalmente leva de três a quatro anos. A indústria precisa se preparar para isso.

 E como fazer para não passarmos por isso novamente? 

A tendência futura é boa. Mas não é de hoje para amanhã. É preciso ter o trabalho unido da indústria de bens e serviços, operadoras de óleo e gás e governo. Tem que andar junto.