Energia

Cogeração no Brasil alcança 19,57 GW de capacidade em janeiro

Capacidade instalada em operação comercial representa 10,7% da matriz elétrica

Indústria conta com mercado de carbono para financiar bioprodutos. Na imagem, usina de etanol 2G da GranBio (Foto: Divulgação)
Tecnologia da GranBio permite o uso de biomassa menos processada para produzir energia (Foto: GranBio/Divulgação)

A cogeração em operação comercial no Brasil teve um incremento de 410,74 MW em janeiro de 2022, mostra o DataCogen, levantamento mensal da Associação da Indústria da Cogeração de Energia (Cogen).

Em janeiro foram adicionados ao sistema 1,43 MW de biogás, com a ampliação da oferta da usina Asja Jaboatão (Jaboatão dos Guararapes-PE) e 409,31 MW de licor negro da nova usina da Bracell (Lençóis Paulista-SP) — a maior usina termelétrica a biomassa do país, com três unidades em sistema de cogeração.

Ao todo, são 634 usinas de geração de energia no processo de cogeração, somando 19,57 GW de capacidade instalada — o que corresponde a 10,7% matriz elétrica brasileira (182,1 GW).

Isso equivale a 1,4 vez o total da capacidade instalada da usina hidrelétrica de Itaipu.

Dos 19,57 GW de toda a cogeração existente no país, 61% correspondem à produção de energia a partir de biomassa de cana-de-açúcar.

Já cogeração movida a gás natural ocupa uma fatia de 16,1%.

Em terceiro, com 15,7%, está o licor negro (subproduto do processo de tratamento químico da indústria de papel e celulose).

A cogeração derivada de cavaco de madeira chega a 4,3% e a produzida via biogás detém 1,9% Outras fontes completam o quadro.

“A cogeração é uma energia firme, que traz segurança ao sistema elétrico. Em 2021, a cogeração prestou uma contribuição muito relevante de suprimento de energia em um momento que o país atravessou uma de suas mais graves crises hídricas”, comenta Newton Duarte, presidente executivo da Cogen.

Duarte afirma que a cogeração a biomassas, em particular, tem uma série de atributos que poderiam ter um reconhecimento diferente no planejamento energético.

“É competitiva, renovável e distribuída — sendo gerada perto dos principais pontos de consumo – e tem potência, o que é fundamental para uma matriz mais equilibrada”.

Leonardo Caio Filho, diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, calcula que esse tipo de usina tem ajudado a economizar 15 pontos percentuais do nível dos reservatórios das hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que representa o principal mercado consumidor do país.

Ranking por estado e setor

No ranking por unidades da federação de cogeração por biomassa, o estado de São Paulo lidera a lista com 7,4 GW instalados. Em segundo está o Mato Grosso do Sul, com 1,9 MW.

Na sequência vêm Minas Gerais (1,7 GW) e Goiás (1,4 GW instalados) e Rio de Janeiro (1,3 GW).

Entre os cinco setores industriais que mais usam a cogeração estão o Sucroenergético (11.964 MW), Papel e Celulose (2.924 MW), Petroquímico (2.305 MW), Madeireiro (799 MW) e Alimentos e Bebidas (624 MW).