Energia

Joint-venture entre Shell e Gerdau vai construir parque solar em Minas Gerais

Novo parque deverá ter capacidade instalada de 260MWp e produção será dividida meio a meio pelas duas empresas

Joint-venture entre Shell e Gerdau vai construir parque solar em Minas Gerais
Será o segundo parque solar desenvolvido pelas duas companhias. Em julho do ano passado, Shell e Gerdau anunciaram um parque fotovoltaico em Brasilândia de Minas/MG (foto: Michael Schwarzenberger/Pixabay)

A Shell Brasil e a Gerdau anunciaram hoje (7/2) a criação de uma joint-venture para construção e operação, a partir de 2023, de um novo parque solar em Minas Gerais (MG), com capacidade instalada prevista de aproximadamente 260MWp (Megawatt pico).

O acordo ainda depende de aprovação das autoridades regulatória e concorrencial brasileira.

A nova empresa terá participação igualitária das duas envolvidas. A expectativa é que o parque forneça 50% do volume da energia gerada para unidades de produção de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução.

A outra metade deverá ser negociada no mercado livre por meio da Shell Energy Brasil, a comercializadora de energia da Shell.

A parceria poderá destinar cerca de 1/3 da capacidade total do parque solar. E a Shell seguirá buscando outros clientes de longo prazo, como autoprodutores, para o volume remanescente.

Será o segundo parque solar desenvolvido pelas duas companhias. Em julho do ano passado, Shell e Gerdau anunciaram um parque fotovoltaico no município de Brasilândia de Minas, norte de Minas Gerais.

Ambas as empresas têm metas de descarbonização e estão investindo em energia limpa como parte da estratégia.

Em 2021, o Grupo Shell firmou publicamente o compromisso global de atingir emissões líquidas zero até 2050, com a meta complementar de redução de emissões absolutas em 50% até 2030 em comparação a 2016.

Para a Gerdau, a iniciativa corrobora para a redução de gases de efeito estufa, dos escopos 1 e 2 de seu inventário, para 0,83 tonelada de CO₂e (CO₂ equivalente) por tonelada de aço, valor 50% inferior à média global do setor, de 1,89 t de CO₂e por tonelada de aço.

A média atual da empresa é de 0,93 t segundo os dados de 2020 divulgados pela World Steel Association.

Segundo Juliano Prado, vice-presidente da Gerdau, os investimentos da empresa em renováveis fazem parte de um plano mais amplo de diversificação de negócios complementares ao aço. “Estamos avaliando também oportunidades em energia eólica nas Américas”, afirma.

Projetos solares da Shell no Brasil somam 1 GW

Em novembro do ano passado, a Shell registrou na Aneel pedido de outorga de mais 20 usinas solares fotovoltaicas nos estados de Goiás e Minas Gerais.

Dentre elas, três novas usinas, com 50 MW de potência instalada, no parque Aquarii, em Minas Gerais, passando a ter potência total instalada de 300 MW.

Os 17 outros novos pedidos foram para a instalação do parque Gatria Solar, com 17 usinas também com capacidade para 50 MW, em Hidrolândia, Goiás.

Em maio, a empresa já havia feito pedido de outorga de nove novas usinas solares fotovoltaicas, no município de Corinto (MG), para a instalação do complexo solar Electra, possuindo oito usinas com potência instalada de 48,1 MW e uma com potência instalada de 24,06 MW.

Com isso, a Shell soma atualmente mais de 60 pedidos de instalação de usinas solares fotovoltaicas no Brasil, que representam 3 GW de potência instalada, em Minas, Goiás e Paraíba.

A empresa vai investir R$ 3 bilhões em projetos integrados de energia no Brasil até 2025.