Energia

Química e alimentos puxam consumo industrial de energia no fim do ano

Aceleração de eletrointensivos e comércio levou a aumento de 2% no consumo em dezembro, maior para o mês desde 2004

Em dezembro, química cresceu 9,6% e produtos alimentícios, 7,7%, ambos demandando 144 GWh a mais na comparação anual. Na imagem, indústria de alimentos e bebidas (Foto: Praxi Brasil/Divulgação)
Em dezembro, química cresceu 9,6% e produtos alimentícios, 7,7%, ambos demandando 144 GWh a mais na comparação anual (Foto: Praxi Brasil/Divulgação)

As indústrias químicas e de produtos alimentícios lideraram a expansão do consumo de energia em dezembro de 2021, mês tipicamente de recuo no consumo industrial, pela sazonalidade do mercado.

De acordo com a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo total de energia no mês totalizou 43 mil GWh, alta de 2% em relação a 2020 e o maior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 2004, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).

A retomada do consumo em relação a 2020, ano mais impactado pela covid-19, representou um crescimento de 5,2% na demanda total, que encerrou o ano em 500 mil GWh.

A indústria demandou 9,2% mais energia no ano (182 mil GWh) e 2,9% em dezembro (15 mil GWh). O segmento comercial cresceu 5,5% no ano (87 mil GWh); outros setores avançaram 2,6% (81 mil GWh); e o residencial, 1,8% (151 mil GWh).

Em dezembro, a indústria cresceu 2,9%; o comércio demandou 6,7% mais energia e as residências recuaram 1,7%.

O crescimento do consumo de energia desacelerou em todos os segmentos no fim do ano passado, com exceção do comercial, que manteve um crescimento mais expressivo.

As chuvas intensas que atingiram as regiões Nordeste e Sudeste levaram a uma queda no consumo residencial no verão, período mais quente do ano. Em dezembro, o consumo das residências caiu 1,7% na comparação anual.

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 6,7% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica retraiu 0,6%, diz o MME.

Dez mais eletrointensivos

Os dez setores que mais consomem energia no país representam 84% da demanda industrial. Em dezembro, a química cresceu 9,6% e produtos alimentícios, 7,7%, ambos demandando 144 GWh a mais na comparação anual.

A extração mineral demandou mais 12,2% (+122 GWh); papel e celulose, 9,3% (+66 GWh); produtos minerais não-metálicos, 3% (+34 GW); metálicos sem máquinas e equipamentos, 3% (+14 GWh); e borrachas e plásticos, 0,4% (+3 GWh).

Outros três entre os mais intensivos em energia registraram recuo: a metalurgia recuou 0,3% (-10 GWh); têxtil, 4,2% (-22 GWh); e automotivo, 5% (-27 GWh).

Segundo o MME, a demanda do setor químico reflete a retomada da atividade química em Alagoas (cloro-soda) e Sergipe (fertilizantes).

A extração de minerais metálicos é reflexo da retomada da atividade em Minas Gerais e Espírito Santo e pelo bom desempenho no Pará, diz a pasta.

Na reta final do ano, o crescimento de 6,7% no comércio foi puxado pelo setor de tecnologia da informação, transporte e serviços prestados às famílias, em especial alojamento, alimentação e turismo, diz o MME.