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Em ano eleitoral, troca de acusações sobre preços dos combustíveis continua

Governo federal, governos estaduais e agentes do mercado voltam a trocar acusações pelos aumentos

Frentista abastece veículo em posto de combustíveis (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

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Bastou a Petrobras anunciar reajuste de 8,1% do óleo diesel e de 4,9% da gasolina, o primeiro de 2022, para que governo federal, governos estaduais e agentes do mercado voltassem a trocar acusações pelos aumentos. O debate dominou 2021 e não dá sinais de arrefecimento, sobretudo em se tratando de um ano eleitoral.

— O coordenador do Fórum dos Governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí, afirmou que o Comsefaz deve reverter o congelamento do ICMS dos combustíveis em 31 de janeiro. O tributo foi congelado em novembro de 2021, por 90 dias, após reuniões entre governadores e o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM/MG) e a Petrobras.

— Entre secretários estaduais de Fazenda, a medida, considerada ineficaz, foi uma concessão política para abrir um diálogo que levasse a mudanças na política de preços da Petrobras, baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI). A companhia, contudo, manteve o posicionamento e diz que os preços precisam subir, com as variações de mercado.

— Apesar do aumento, cálculos da Ativa Investimentos apontam que ainda há espaço para mais reajustes no preço da gasolina, que permanece defasado em 5%, segundo a corretora.

— A defasagem dos preços da Petrobras sobre o mercado internacional estaria provocando uma corrida das distribuidoras de combustíveis pelos produtos da estatal, aponta o Estadão. A quantidade encomendada chega a ser o dobro do que realmente é consumido no país, tentativa das distribuidoras de conseguir comprar o volume que de fato necessitam.

— O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, admite que os preços de suas associadas são superiores. Segundo a Abicom, mesmo após o último reajuste, ainda há uma defasagem média de 5% na gasolina e de 7% no diesel.

— Como a produção nacional de gasolina e diesel não é suficiente para atender a demanda, as distribuidoras são obrigadas a recorrer também à importação. Elas, no entanto, preferem comprar da Petrobras, por ser mais barato, mas a estatal não tem volume suficiente.

— Entretanto, Sergio Massillon, diretor Institucional da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom), descarta que as distribuidoras tenham aumentado o pedido à Petrobras para formar estoque ou exportar combustíveis nos períodos em que os preços da estatal estão inferiores aos do mercado internacional.

— Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) novamente expressou seu desejo de privatizar a Petrobras, após o novo aumento. Mais uma vez, Bolsonaro disse não ter responsabilidade pelos preços da empresa, reclamando — de novo — de “levar a fama” pelos aumentos.

— “Alguém acha que eu sou o malvadão, que foi aumentado o preço da gasolina e do diesel ontem porque sou o malvadão? Primeiro que não tenho controle sobre isso. Se pudesse, ficaria livre da Petrobras”, disse ele, em entrevista ao Gazeta Brasil. Reuters

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Petrobras bate recorde de importação de GNL em 2021 A Petrobras atingiu no ano passado o recorde histórico de importação de gás natural liquefeito (GNL), com a compra de cerca de 23 milhões de m3 por dia do insumo. O recorde diário ocorreu em 1º de outubro, com mais de 40 milhões de m3. O GNL representou cerca de 30% do total do portfólio de oferta de gás natural da Petrobras.

— A marca representa um volume cerca de 200% superior ao montante adquirido em 2020, de 7,5 milhões m³/dia. Anteriormente, o ano com maior volume de importação de GNL havia sido 2014, com 20 milhões de m³/dia. A Petrobras importa o GNL de países como EUA, Trinidad & Tobago e Catar.

— Em outubro do ano passado, o GNL bateu recorde de preço no mercado internacional. Os preços spot do GNL da Ásia-Pacífico ultrapassaram US$ 50/MMBtu pela primeira vez.

Cade aprova venda de Carmópolis para o grupo Cobra O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, nessa quarta (12/1) a aquisição do Polo Carmópolis, vendido pela Petrobras para a Carmo Energy. O órgão de defesa da concorrência entendeu que não há quaisquer prejuízos ao ambiente concorrencial no setor de petróleo e gás.

— A Carmo Energy, afiliada do grupo espanhol Cobra, vai assumir a operação de 11 campos de associados à Carmópolis, em Sergipe. O negócio foi fechado por US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 275 milhões como sinal; US$ 550 milhões no fechamento da transação; e US$ 275 milhões 12 meses após o fechamento. A transferência ainda depende da aprovação da ANP.

— Carmópolis é o maior campo terrestre do Brasil, com um volume original de 1,76 bilhão de barris de óleo equivalente. É também o mais antigo de Sergipe, com início da produção em 1963.

Em sete anos, Petrobras se desfez de quase R$ 250 bilhões em ativos Desde 2015, a Petrobras se desfez de bens no valor de R$ 243,7 bilhões, aponta o levantamento do Observatório Social da Petrobras, ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A entidade usou dados de balanços da Petrobras. O levantamento começa em 2015 porque foi o ano em que a petroleira iniciou de forma gerencial a política de venda de bens, diz o UOL.

— São considerados os negócios que já tiveram contratos de venda assinados, mesmo que algumas dessas operações ainda não tenham sido concluídas. Os valores foram convertidos para reais (muitos negócios são em dólar) e atualizados pelo IPCA.

— A maior parte das vendas ocorreu no governo Bolsonaro:

  • Governo Dilma Rousseff (PT): R$ 26,9 bilhões (11% do total vendido até agora);
  • Governo Michel Temer (PMDB): R$ 78,5 bilhões (32,2%);
  • Governo Jair Bolsonaro (PL): R$ 138,2 bilhões (56,7%).

Estudo aponta queda nos postos de trabalho do setor de óleo e gás Estudo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) com base na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, revela, que na média anual dos trimestres de 2021 (até o terceiro trimestre, último disponível), o estoque de trabalhadores no setor de óleo e gás teve queda de 2,4%, passando de 159.086 postos de trabalho para 155.227.

— “A saída da Petrobras de alguns segmentos, e a consequente entrada das empresas privadas, ainda não surtiu efeitos positivos nem na geração de novos postos de trabalho, nem no aumento da renda”, avalia a FUP.

— Também houve queda na renda dos trabalhadores do setor de extração e respectivas atividades de apoio, com declínio médio de 9,5%. Os dados foram analisados pelo pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rafael Rodrigues da Costa, com os economistas do Centro de Economia Política do Petróleo (Cepetro) Pedro Gilberto Cavalcante Filho e Claudiane de Jesus. Estadão

Os preços do petróleo voltaram a subir nessa quarta (12/1), após um declínio acentuado das reservas comerciais de petróleo bruto dos EUA, e se aproximaram das máximas de outubro.

— O Brent para entrega em março fechou em alta de 1,13%, a US$ 84,67 o barril. Durante o dia, chegou a US$ 85,20, perto dos US$ 86,70 de 25 de outubro, que foi o pico desde 2018. Já o WTI para fevereiro subiu 1,74%, a US$ 82,64 o barril. Durante o pregão, chegou a US$ 83,10, perto dos US$ 85,41 de 25 de outubro, máxima em sete anos. AFP

Furnas lança edital para leilão de Certificados de Energia Renovável Furnas lançou o edital para o seu Segundo Leilão de Cessão de Certificados de Energia Renovável. O certame acontecerá em 17 de fevereiro e vai oferecer certificados para empresas que desejam comprovar a origem renovável da energia utilizada em suas atividades.

— Serão oferecidos três produtos, todos com data-base de geração 2021: o I-REC Standard – Certificados de Energia Elétrica de Fonte Hídrica para Comercializador (Trader, sem aposentadoria) e para Beneficiário Final (com aposentadoria), e o RECFY – Certificados de Energia Elétrica da plataforma própria de Furnas, de fonte hídrica para Beneficiário Final (com aposentadoria).

— O primeiro leilão de Certificados de Energia Renovável de Furnas foi realizado em fevereiro de 2021.

FGTS na privatização da Eletrobras A Caixa Econômica Federal publicou as regras para que os trabalhadores possam utilizar até 50% do FGTS na compra de ações da Eletrobras, em caso de privatização. Em nota ao UOL, o Ministério da Economia informou que, com a publicação das regras pela Caixa, os requisitos para uso dos recursos do FGTS para compra de ações “já estão disciplinados”.

— A aquisição dos papéis pelos trabalhadores será feita por meio de Fundos Mútuos de Privatização ligados ao FGTS (FMP-FGTS). Assim, os recursos do FGTS dos trabalhadores poderão ser usados para a compra de quotas destes fundos que, por sua vez, usarão o dinheiro para adquirir ações em nome dos investidores.

— A Eletrobras pretende protocolar no segundo trimestre deste ano o pedido de registro da oferta pública de ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs) da companhia, como parte do processo de privatização da estatal elétrica.

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