O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, nesta quarta (12/1) a aquisição do Polo Carmópolis, vendido pela Petrobras para a Carmo Energy.
O órgão de defesa da concorrência entendeu que não há quaisquer prejuízos ao ambiente concorrencial no setor de petróleo e gás.
A Petrobras anunciou a venda do polo em 24 de dezembro. A Carmo Energy, afiliada do grupo espanhol Cobra, vai assumir a operação de 11 campos de associados à Carmópolis, em Sergipe. A transferência ainda depende da aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O negócio foi fechado em US$ 1,1 bilhão, sendo US$ 275 milhões como sinal; US$ 550 milhões no fechamento da transação; e US$ 275 milhões 12 meses após o fechamento.
Carmópolis é o maior campo terrestre do Brasil, com um volume original de 1,76 bilhão de barris de óleo equivalente. É também o mais antigo de Sergipe, com início da produção em 1963.
Em 2017, após revisar o plano de desenvolvimento do campo, a Petrobras estimava que o fator de recuperação poderia chegar a 32%.
É um “polo independente com alto nível de autonomia de operação, considerando a inclusão da infraestrutura de tratamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo”, afirmou a Petrobras no teaser de venda dos ativos.
Os campos de Carmópolis, Aguilhada, Angelim, Aruari, Atalaia Sul, Brejo Grande, Castanhal, Ilha Pequena, Mato Grosso, Riachuelo e Siririzinho produziram em média 7,6 mil barris de óleo por dia e 43 mil m³/dia de gás, de janeiro a novembro de 2021.
Venda de ativos rendeu US$ 4,8 bilhões à Petrobras em 2021
A venda de 17 ativos e a conclusão de 14 processos de desinvestimento ao longo de 2021 trouxe cerca de US$ 4,8 bilhões para o caixa da Petrobras, até 7 de dezembro, informou a companhia nesta quarta (15).
Até o terceiro trimestre, foram investidos US$ 6,1 bilhões, superando o valor obtido com desinvestimentos, mesmo se não contabilizados os investimentos do quarto trimestre.
Dentre os principais negócios do ano, constam:
- A conclusão da venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, por US$ 1,8 bilhão (cerca de R$ 10 bilhões), para o fundo Mubadala;
- A venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, para o Grupo Atem, por US$ 189,5 milhões;
- E da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, para a F&M Resources, subsidiária integral da Forbes & Manhattan, por US$ 33 milhões.
Entre os ativos de Exploração e Produção (E&P), alguns dos movimentos em 2021 foram:
- As conclusões da venda de campos em terra e águas rasas, como: os polos Miranga e Rio Ventura, na Bahia, e Rabo Branco e Do-Re-Mi, em Sergipe.
- O avanço no desinvestimento nos campos de Albacora e Albacora Leste (em fase vinculante), para a PetroRio em consórcio com a Cobra, por cerca de US$ 4 bilhões, e no campo de Papa-Terra (com contrato de venda assinado), para 3R Petroleum, por US$ 105 milhões. Ambos ficam no Rio de Janeiro.