Energia

Furnas vai inaugurar planta de hidrogênio verde para pesquisas em Goiás

Projeto de P&D vai testar possibilidades de armazenamento de energia renovável

Objetivo é estudar armazenamento a partir da produção do combustível renovável
Furnas instala projeto de P&D em usina hidrelétrica em Goiás: objetivo é estudar armazenamento a partir da produção de hidrogênio renovável

Furnas, subsidiária da Eletrobras, vai inaugurar na quarta (8), na usina hidrelétrica (UHE) de Itumbiara, em Goiás, sua primeira planta para produção de hidrogênio verde, parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

O objetivo, segundo a empresa, é estudar o armazenamento e a inserção de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), a partir da produção do combustível renovável.

O investimento no projeto de pesquisa é de quase R$ 45 milhões, diz.

A planta faz parte do projeto de pesquisa com aportes aprovados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). 

A meta é o “desenvolvimento de sinergia entre as fontes hidrelétrica e solar com armazenamento de energias sazonais e intermitentes em sistemas a hidrogênio e eletroquímico”.

Como será a produção de hidrogênio verde UHE Itumbiara

Uma das rotas para produção de hidrogênio é a eletrólise da água (H2O), em que é feita a separação das moléculas do gás para combustível (H2) e do oxigênio (O).

Para ser considerado verde o hidrogênio, a fonte de energia para a eletrólise precisa ser renovável, por exemplo a solar fotovoltaica ou a eólica.

Transformação do hidrogênio em energia elétrica
Transformação do hidrogênio em energia elétrica

Na UHE Itumbiara, Furnas instalou painéis solares fotovoltaicos em terra e sobre estruturas flutuantes, no reservatório da usina, com um total de 1 MW de potência máxima (200 kw nos painéis flutuantes).

A energia será usada em eletrolisador para fabricação de hidrogênio que ficará armazenado no local, para uso em células a combustível, capazes de converter a energia armazenada na forma do gás de volta em eletricidade.

Mais do que a viabilidade de geração de hidrogênio — uma tecnologia dominada — o projeto estuda formas de armazenar e despachar energia para atender a demanda do sistema elétrico, que muda ao longo do dia.

Em geral, essa capacidade de energia despachável para o SIN está distribuída, no Brasil, nas grandes usinas hidrelétricas com reservatórios e na geração a partir de fontes fósseis, como gás natural, óleo e carvão. Tanto aqui, como no exterior, o mercado de energia busca alternativas para armazenar energia renovável, que depende do sol, de ventos e chuvas. Além do hidrogênio, alternativas são baterias e até mesmo usinas híbridas.