A Total Eren, sociedade entre a TotalEnergies e o grupo Eren, anunciou nesta quinta (2) o início de estudos para desenvolvimento de um projeto de hidrogênio verde (H2V) em larga escala, no Chile.
O projeto deverá produzir 800 mil toneladas de H2V a partir de 2027. A construção da planta vai ter início em 2025, com 10 GW de capacidade eólica instalada e 8 GW de eletrólise. Além de uma planta de dessalinização da água e uma planta capaz de produzir 4,4 milhões de toneladas de amônia verde para exportação.
A empresa assinou um acordo em que o Chile cederá terrenos para a construção da unidade, em Magallanes, sul do país. A região conta com uma das melhores condições de ventos onshore do mundo, além de vasto acesso ao mar, facilitando operações de comércio internacional.
“Estamos muito satisfeitos em apresentar este projeto de hidrogênio verde em grande escala, uma iniciativa pioneira que temos o orgulho de lançar oficialmente hoje em Punta Arenas, no Chile”, disse Fabienne Demol, vice-presidente executiva da Total Eren.
Chile como polo de produção de hidrogênio verde
O Chile vem desenvolvendo uma estratégia ambiciosa para o hidrogênio focada na produção renovável, atraindo diversos investidores ao país, que atualmente tocam mais de 60 projetos de H2V.
O país espera produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo em dez anos, como afirmou o ministro de Minas e Energia do Chile, Juan Carlos Jobet, em entrevista à epbr.
“Nosso objetivo é ter 5 GW de capacidade de eletrólise em desenvolvimento até 2025, produzir o hidrogênio verde mais barato do planeta até 2030 e estar entre os três maiores exportadores até 2040”, disse o ministro.
No planejamento do país, o H2V é um dos pilares do plano de neutralidade de emissões, principalmente da mineração que reponde por 16% do PIB nacional.
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Atualmente, o Chile é o maior produtor global de lítio e de cobre, minerais essenciais para a produção de baterias, cada vez mais importantes num cenário de transição energética — não apenas para a mobilidade, mas também para suporte à geração de energia renovável e intermitente.
“Estou ansiosa para iniciar a construção, para contribuir com o objetivo do Chile de se tornar um destino importante para investimentos em hidrogênio verde na América Latina, bem como para atender às necessidades de nossos clientes em todo o mundo ”, concluiu Fabienne Demol.
TotalEnergies também aposta no Brasil
Além do Chile, a TotalEnergies é uma das principais produtoras de petróleo e gás de capital aberto do mundo, com planos de ampliação do portfólio na área de renováveis, e também está de olho no Brasil para produzir hidrogênio verde.
A companhia negocia a assinatura de um memorando de entendimento com o governo do Ceará para produção de H2V no futuro Hub de Hidrogênio no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).
Segundo informações obtidas pela epbr, o governo cearense está finalizando as negociações com a companhia e o anúncio deverá ser feito em breve pelo governador Camilo Santana (PT). A TotalEnergies será a terceira empresa de energia francesa que integrará o Hub de H2V no Ceará, ao lado da Engie e Qair.
No Brasil, a TotalEnergies é operadora do campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos, e possui outros ativos na área exploração e produção. Além disso, expandiu a presença no país em 2018 com a compra da rede Zema de postos de combustíveis, com presença forte em Minas Gerais.
Na França, a TotalEnergies e a Engie irão construir juntas uma unidade de produção de hidrogênio verde, na região de Provence-Alpes-Côte d’Azur. A expectativa é produzir cinco toneladas de H2V por dia para atender a produção de biocombustíveis da biorrefinaria da petroleira, em La Mède, evitando 15.000 toneladas de emissões de CO2 por ano.
