Glasgow – Empresários brasileiros estão otimistas com o anúncio do corte de emissões feito pelo governo de Jair Bolsonaro na última segunda (1º) durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas — COP26, em Glasgow, na Escócia.
“Eu prefiro não criticar agora porque é uma ação boa. Aumentou a meta. Tem gente que diz que é mais ou menos a mesma coisa que antes, mas a gente chegou na COP26 com um inventário que já tinha sido revisado e era aquele número. Eu não estava esperando a meta ser revisada”, comenta Felipe Bittencourt, presidente da consultoria Way Carbon.
O executivo conversou em Glasgow, com a Estratégia ESG, parceria da epbr com a Alter Conteúdo e disse que a mudança de cálculo do ano-base (2005) — um dos alvos de crítica de cientistas e ambientalistas — é permitida pelas regras estabelecidas pelas Nações Unidas.
Apesar de ter elevado a meta de 43% para 50% de corte de emissões de gases de efeito estufa em 2030, com base em 2005, a atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil foi duramente criticada por organizações de ambientalistas e cientistas, que argumentam que o novo cálculo apenas empata com a NDC apresentada em 2015. Entenda
Para Felipe, mesmo com a possibilidade de a meta ficar estável em relação ao que já tinha sido proposto antes, o resultado foi positivo. “Se não tivesse feito esse movimento, ia ser menos. Se está aumentando, eu estou feliz”.
Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) classificou o anúncio do governo brasileiro como um “importante realinhamento”, mas lembrou que as novas metas traduzem um alinhamento com números anteriores do Brasil e a expectativa agora é em relação ao detalhamento das novas metas.
“O diferencial agora será o detalhamento da execução destes compromissos com as metas setoriais e, principalmente, a adoção de metas intermediárias, caminho no qual o mundo está trilhando, devido à urgência da adoção destas medidas”, disse em nota.