[jnews_post_feature image_size=”featured-750″ gallery_size=”featured-750″]
A S&P Global Platts lançou nesta sexta (1°) os primeiros prêmios diários de compensação de carbono, além de cálculos mensais de intensidade de carbono para 14 principais campos de petróleo bruto em todo o mundo.
Os cálculos de intensidade de carbono marginal (carbon intensity, CI na sigla em inglês) para diferentes campos de petróleo pretendem ajudar produtores, investidores, acionistas e compradores a entender melhor os atributos de emissão do petróleo.
Segundo a consultoria, ao longo do tempo, a intensidade de carbono do processo de produção pode se tornar o atributo do próprio petróleo, como a densidade do petróleo bruto e a quantidade de enxofre.
A emergência climática tem colocado forte pressão sobre o setor de óleo e gás.
Em maio, acionistas ativistas e um tribunal na Holanda impuseram derrotas a petroleiras por suas estratégias climáticas.
Em agosto, relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) lançou um alerta vermelho vermelho para a humanidade, junto com a recomendação de abandono dos combustíveis fósseis.
Movimentos que têm levado ao aumento da demanda por petróleo bruto de baixo carbono.
Na semana passada, a Iniciativa Climática para Óleo e Gás (OGCI, na sigla em inglês) anunciou que as 12 majors que integram o grupo compartilham a ambição de alcançar emissões líquidas zero das operações dentro do prazo estabelecido pelo Acordo de Paris.
“Em nossas modelagens, mesmo em um caso de aquecimento de 2°C, petróleo e gás continuarão a fazer parte da matriz energética geral. Ao publicar números de intensidade de carbono para campos de petróleo globais, a Platts está fornecendo métricas transparentes que ajudarão a garantir que a demanda seja atendida pelo petróleo com menor intensidade de carbono”, explica à epbr Deb Ryan, chefe de Análise de Mercado de Baixo Carbono da S&P Global Platts.
A expectativa é incentivar investimentos em combustíveis fósseis mais econômicos e de baixo impacto.
Calcular a intensidade de carbono de diferentes commodities é uma das formas de o mercado medir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de tipos específicos de produção.
O petróleo produzido com maior volume de emissões de GEE apresenta maior intensidade de carbono, exigindo maior volume de créditos de carbono voluntários para compensar as emissões.
“Um valor premium deve ser associado aos ativos de petróleo e gás de menor intensidade de carbono, uma vez que esses combustíveis fósseis continuam a desempenhar um papel na matriz energética geral”, afirma Ryan.
O prêmio de CI é o prêmio que um comprador pagaria para compensar as emissões de GEE geradas pela produção de cada petróleo.
Segundo o especialista, a consciência dos valores de intensidade de carbono, ao trabalhar em conjunto com os mercados de carbono, deve acelerar investimentos em projetos para reduzir ou evitar emissões no futuro.
Paula VanLaningham, chefe global de Carbono da S&P Global Platts, conta que o cálculo da intensidade de carbono possibilita ainda que o mercado se concentre na utilização dos ativos de carbono mais baixos.
O cálculo upstream mede o impacto das emissões de gases de efeito estufa da produção do poço para o terminal de armazenamento e é projetado para refletir o valor da intensidade de carbono da produção upstream para um tipo específico de óleo.
A análise inclui produção, queima e ventilação, atividades de manutenção, processamento da produção e transporte para o centro de armazenamento,
As emissões geradas durante as fases de exploração e perfuração não estão incluídas.
Já o cálculo de midstream, mede a intensidade de carbono para uma rota de transporte por petróleo bruto do terminal de armazenamento ao centro de refino mais provável.
Prêmios de intensidade e preço do carbono
O prêmio de CI é o prêmio que um comprador pagaria para compensar as emissões de GEE geradas pela produção de cada petróleo.
Nos cálculos da Platts, o preço do carbono a US$ 20 equivale o reflorestamento com um alto número de co-benefícios associados, enquanto o preço do carbono de US$ 50 aproxima o preço do crédito de carbono a tecnologias como captura e armazenamento de carbono.
Deb Ryan explica que o atual preço europeu do carbono simplesmente ajuda a incentivar o uso de gás menos intensivo no setor de energia.
Outros preços do carbono ajudaram a financiar as nações mais pobres a mudar da biomassa para combustíveis limpos para cozinhar, enquanto as compensações de carbono baseadas na natureza oferecem alguma proteção à silvicultura para compensar as emissões em outros lugares.
“No entanto, nossos dados nos mostram que o custo atual dos projetos de redução e remoção de carbono necessários para atingir um resultado de 2°C, muito menos o Net Zero, é mais alto do que qualquer um dos preços atuais do carbono”, comenta.
Segundo a especialista, os preços precisarão aumentar ainda mais, apoiados por regulamentação apropriada, se quisermos acelerar investimento em projetos para substituir os combustíveis e remover as emissões em toda a cadeia de abastecimento.