Gás Natural

Cinco grupos disputam instalação de novo terminal de GNL em Suape

Cinco grupos disputam novo terminal de GNL de Suape
Vista aérea do Porto de Suape, por Rafael Medeiros (Suape)

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A concorrência aberta pelo governo de Pernambuco para instalação de um terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) no Porto de Suape atraiu, até o momento, o interesse de cinco grupos nacionais e estrangeiras – Oncorp, New Fortress Energy (NFE), Compass Gás e Energia (Cosan), TotalEnergies e Sonne Energias Renováveis.

O edital foi publicado ontem (22) e a abertura das propostas está marcada para 22 de outubro, com disputa pelo maior pagamento mensal pelo arrendamento do cais em Suape. Os lances começam em R$ 700.530,35.

Neste momento, a intenção é fechar um contrato de transição pelo direito de uso de um cais desocupado em Suape. Serão necessárias obras para adequar a instalação de uma FSRU, unidade flutuante de regaseificação, além da conexão por gasodutos.

A exigência é que a adequação seja feita em, no máximo, 120 dias, o que permitiria a operação do novo terminal de GNL brasileiro no início do ano que vem.

Concorrentes têm projetos anunciados

Duas das empresas, Oncorp e FNE, já anunciaram novos negócios contando com a entrada em Suape.

A NFE apresentou, no início do ano, o projeto de instalação de um terminal de GNL associado à usina térmica Ressurreição I, de 289 MW, além da conexão com a rede de distribuição da Copergás, distribuidora de Pernambuco.

Na aquisição dos projetos da Golar no Brasil, concluída em março deste ano, a NFE, por meio da CH4, também comprou as UTEs Camaçari Muricy II e Pecém II, totalizando 288 MW de capacidade instalada.

Nas informações enviadas a Suape, a NFE diz ser possível instalar a FSRU até fevereiro de 2022 e iniciar a operação no mês seguinte; e dar início à operação da UTE Ressurreição I em novembro de 2022.

Estima investimentos de R$ 251 milhões na revitalização do cais e R$ 3,5 bilhões em todas as fases do projeto – GNL, UTE e interligação com a rede da Copergás.

A OnCorp, por sua vez, entende ser a única empresa na disputa capaz de atender aos requisitos de Suape. Defende que é a concorrente em fase mais adiantada para instalar a FSRU e iniciar o suprimento de gás para Copergás.

A empresa tem um acordo com a Shell, para atender à distribuidora.

Em agosto, a Shell assinou um acordo de suprimento de gás natural com a Copergás de 750 mil m³ diários e a partir de janeiro de 2022 e de 1 milhão de m³ diários em 2023 na chamada pública aberta pela distribuidora.

“Segunda maior produtora de gás natural no Brasil, a Shell possui também um dos maiores portfólios globais de Gás Natural Liquefeito (GNL), que serão as duas alternativas de suprimento para a Copergás”, comentou a Shell, em nota enviada à época.

A intenção é desenvolver o negócio pela Shell Energy Brasil, marca lançada oficialmente esta semana, que vai tocar projetos de gás e energia, incluindo renováveis e comercialização. O segmento tem uma previsão de investimento de R$ 3 bilhões até o final de 2025 no Brasil.

Compass aguarda decisão sobre compra da Gaspetro

A Compass Gas e Energia, do grupo Cosan e portanto coligada a Comgás, pode assumir a operação da Gaspetro, subsidiária da Petrobras que participa de 19 distribuidoras de gás no país.

O negócio aguarda uma decisão do CADE sobre a aprovação da venda e tem oposição de consumidores de gás e energia, preocupados com a concentração de mercado.

Na estratégia da Cosan está também a renovação antecipada da concessão da Comgás, a construção de um terminal de GNL em São Paulo e o projeto Subida da Serra, um gasoduto — Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP) — de ampliação da malha da distribuidora e interligação com o terminal.

A Sonne Energias Renováveis pretende construir uma UTE a gás (Anna Danzl) no complexo de Suape, para servir de âncora para o desenvolvimento do mercado de gás a partir do terminal de GNL.

E a TotalEnergies está presente no Brasil na produção de óleo e gás no pré-sal e na distribuição de combustíveis.

A companhia, de atuação global, é uma das maiores produtoras de petróleo de capital aberto do mundo e tem apostado no aumento da participação de investimentos em gás natural, incluindo GNL, e combustíveis renováveis em seu portfólio. Faz parte da estratégia de redução de emissões equivalentes de carbono.