A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) abriu nesta quarta-feira (8) um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para apresentação de um projeto de eficiência energética, que inclua renováveis, capaz de gerar economia de até 40% nas suas unidades de produção de água.
Segundo o diretor-presidente da Cedae, Leonardo Soares, a iniciativa está alinhada aos propósitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Com medidas como essa, pretendemos chegar a uma Cedae mais produtiva, mais segura, mais transparente e que respeita o meio ambiente”, disse.
Hoje, um dos maiores custos da companhia é do consumo de eletricidade. Somadas, as quatro grandes unidades de produção da empresa consomem R$ 43,77 milhões por mês (dado de dezembro de 2020, ver quadro).
Além da redução de gastos, a empresa quer estimular o uso de energias de baixo carbono.
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Segundo estudos preliminares, a adoção de energias renováveis nas plantas da companhia poderia trazer economia anual acumulada de R$ 2,4 bilhões a R$ 7,38 bilhões em até 25 anos. A instalação de plantas de autoprodução de energia nas principais unidades também proporcionaria redução significativa das despesas.
Atualmente, o valor unitário do megawatt/hora fora dos horários de pico gira em torno de R$ 600 por MWh, enquanto o valor da energia solar no mercado livre é de R$ 200 por MWh em média.
Apesar do recente leilão da companhia, a Cedae continuará responsável pela produção da água, enquanto as concessionárias vencedoras ficarão a cargo do tratamento do esgoto e distribuição da água. A implementação do projeto de eficiência energética se dará a partir da transmissão dos serviços para as novas concessionárias.
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Em entrevista à epbr, Rogério Tavares, vice-presidente de Relações Institucionais da Aegea – uma das concessionárias vencedoras do leilão da Cedae, – apontou que a eficiência energética será uma questão essencial para viabilizar a ampliação da tarifa social a uma maior parcela da população do Rio de Janeiro.
“Para viabilizar a tarifa social trabalharemos na redução de perdas e eficiência energética. Quanto mais reduzirmos os gastos, geramos margem para aumentar esse tipo de subsídio”, afirmou Tavares.
No edital, a Cedae ressalta que sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário são responsáveis por 3% da energia consumida no mundo e 98% das empresas nacionais têm a energia entre seus três principais custos.
São Paulo, Bahia, Ceará, Minas Gerais e Piauí são citados no documento como estados em que as companhias de saneamento já começaram a investir em estudos de autoprodução.
Dentre os impactos positivos desta medida aparecem benefícios ambientais da geração de energia limpa e resultados sociais da geração de empregos com a implantação e operação dos projetos.
Propostas em 90 dias
Concorrentes terão 90 dias para apresentar propostas para fazer o levantamento dos dados e pesquisas para estudar a viabilidade e desenhar a modelagem do projeto. As despesas com este processo seriam pagas pelo eventual vencedor de uma futura licitação, que pode ou não ser lançada pela Cedae.
Interessados em participar poderão entrar em contato com a comissão técnica constituída pela Cedae para solicitar esclarecimentos em até cinco dias úteis anteriores ao prazo de entrega do Requerimento de Autorização para a realização dos Estudos Técnicos, até as 18h, para o endereço eletrônico [email protected].
Outra opção é entregar o requerimento por escrito no edifício sede da companhia (Avenida Presidente Vargas n° 2655, Cidade Nova, Rio de Janeiro – RJ). A Companhia tem até dois dias úteis para fornecer resposta.
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