O fechamento de estradas provocou apenas atrasos pontuais no abastecimento de combustível e, segundo consulta da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aos agentes de distribuição, não há até o momento risco de desabastecimento no país, nesta quinta (9).
Grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que querem a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), provocam o fechamento de estradas desde o fim dos atos do 7 de setembro em Brasília e outras capitais.
Segundo informações do Ministério da Infraestrutura e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), bloqueios estão sendo desfeitos desde a noite de ontem (8).
“A ANP enviou, ontem à noite [quarta, 8], um ofício às distribuidoras de combustíveis pedindo que elas informassem se estão tendo problemas devido às paralisações de caminhoneiros, que acontecem em alguns pontos do pais. As informações recebidas até o momento (12hs de 9/9) não trazem nenhuma ameaça ao abastecimento de combustíveis”, informou a agência.
“Foram registrados alguns atrasos pontuais nas entregas, mas esses problemas estão sendo superados com a desobstrução das vias”, diz.
O Ministério de Minas e Energia (MME) também afirma monitorar a situação é não vê motivo para preocupação com desabastecimento.
Há relatos de corrida aos postos de combustíveis em algumas cidades, por medo de desabastecimento.
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Movimento é reflexo do 7 de setembro de Bolsonaro
Um dos principais nomes das manifestações, supostamente de caminhoneiros autônomos, é Zé Trovão, bolsonaristas foragido da Justiça. Tem sobre ele uma ordem de prisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que acatou pedido da Procuradoria-Geral (PGR) da República.
Ele publicou vídeos pedindo que caminhoneiros “fechem tudo” até a deposição de ministros do STF. Também é um defensor público de um golpe militar “com Bolsonaro no poder”.
Empresas e grupos ligados ao agronegócio são suspeitos de financiar e articular a movimentação. Lideranças da greve de 2018 dos caminhoneiros, por exemplo, negam participação e apoio aos movimentos.
Segundo informações de O Globo, o dono de uma das empresas que mobilizou caminhões para os atos em Brasília é um dos diretores da Aprosoja, entidade alvo do inquérito no STF contra o financiamento dos atos. Trata-se de José Fava Neto, de Goiás.
A entidade nega a participação.
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Bolsonaro precisou gravar um audio pedindo aos supostos caminhoneiros autônomos para desbloquear estradas, gerando confusão e críticas entre seus apoiadores, que foram convocados para os atos em Brasília e outras cidades.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ponto de contato do governo com a categoria, precisou gravar um vídeo ontem a noite, por voltas das 22h, para confirmar que o áudio do presidente, enviado por Whatsapp, é verdadeiro e pedir o desbloqueio de estradas, para não prejudicar ainda ais a economia do país.
Hoje, o presidente voltou a pedir “moderação”.
“Não parem, caminhoneiros”, diz em vídeo gravado em Brasília.
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O bloqueio de estradas começou após Jair Bolsonaro e seus aliados promoverem atos em Brasília, São Paulo e outras capitais, com acusações e ameaças ao STF e, indiretamente, ao Congresso Nacional.
Uma das pautas de Bolsonaro e seus apoiadores é o voto com recibo impresso, que foi rejeitado em votação na Câmara dos Deputados. Outra é forçar o impeachment de ministros do Supremo pelo Senado Federal, que também negou a abertura de processo contra Alexandre de Moraes.
Com informações de O Globo e UOL.
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