BELO HORIZONTE — A paralisação dos petroleiros teve início na madrugada segunda-feira (15/12) com a entrega da operação das plataformas do Espírito Santo e do Norte Fluminense às equipes de contingência da Petrobras. Não há impactos na produção de petróleo e derivados, de acordo com a estatal.
Segundo o diretor do Sindipetro do Norte Fluminense e da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sérgio Borges, há adesão nas plataformas do Norte Fluminense, do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo, assim como paralisações em refinarias, terminais de processamento de gás e bases administrativas.
A companhia adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e garantir o abastecimento do mercado.
“A Petrobras segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais”, disse em nota.
O movimento ocorre em meio à eleição para representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da companhia, que vai até terça (16/12).
A FUP apoia a reeleição da engenheira geóloga Rosangela Buzanelli, que pode ir para seu quarto mandato.
Os funcionários da companhia têm direito a uma das onze vagas no colegiado.
Prisão
Durante mobilização na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, na manhã de segunda (15/12) a Polícia Militar deteve o secretário-geral do Sindipetro Caxias, Marcello Bernardo, e o membro titular da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), Fernando Ramos.
Segundo a FUP, os dois detidos exerciam legitimamente suas atividades sindicais e foram conduzidos à delegacia.
A federação classifica o episódio como abuso de autoridade e violação do direito de greve. Os dirigentes passarão por exame de corpo de delito na tarde desta segunda.
Procurada pela agência eixos, a Polícia Militar do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre o caso.
De manhã, equipes das refinarias Regap (Betim/MG), Reduc (Duque de Caxias/RJ), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Revap (São José dos Campos/SP) e Repar (Araucária/PR) não realizaram a troca de turno, o que exigiu o acionamento das equipes de contingência.
A manutenção da greve foi aprovada na quinta-feira (11/12), após a FUP considerar insuficiente a segunda contraproposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2025.
Segundo os sindicatos, a proposta não contemplava alguns dos pontos principais exigidos, como o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros.
“Há mais de três meses apresentamos nossa pauta e os três eixos centrais seguem sem resposta”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em nota.
Paralelamente à greve, aposentados e pensionistas estão, desde quinta (11), acampados em frente ao edifício-sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em ato que cobra uma proposta concreta para o fim dos PEDs.
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