Estoques dos EUA e economia da China derrubam futuros do Brent

Futuros do Brent são negociados a menos de US$ 68 por barril, queda de 4%; desvalorização vem na esteira de dados econômicos positivos nos EUA

President Joe Biden poses for photos with guests during his tour of King Orchards, Saturday, July 3, 2021, in Central Lake, Michigan. (Official White House Photo by Adam Schultz)
President Joe Biden poses for photos with guests during his tour of King Orchards, Saturday, July 3, 2021, in Central Lake, Michigan. (Official White House Photo by Adam Schultz)

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Os preços do petróleo despencam nesta segunda (9/8), com os futuros do Brent sendo negociados a menos de US$ 68 por barril, queda de 4%. Cotação chegou a mínima de US$ 67,61, o menor valor desde julho.

— A desvalorização vem na esteira de dados econômicos positivos nos EUA, que deram força ao dólar. Na semana passada, o Brent perdeu quase 7%, a maior queda semanal em nove meses (Reuters).

— Até quarta-feira, dados dos estoques americanos vão influenciar a cotação, diante da preocupação global com a demanda de curto prazo.

— Na Ásia, a China enfrenta o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, em função do avanço das variantes mais contagiosas do coronavírus. O maior importador global de óleo está impondo restrições à movimentação de pessoas, enquanto faz testagens em massa, destaca o Financial Times.

— A crise sanitária ocorre em um momento de desaceleração do crescimento da economia chinesa, com reflexo nas importações de óleo, menores este ano.

No fim de semana, a Saudi Aramco, estatal saudita, reafirmou os planos de elevação de sua capacidade máxima de produção – contida pelo acordo na OPEP+ -, de 12 milhões para 13 milhões de barris por dia. A maior produtora mundial de óleo obteve lucro recorde de US$ 25 bilhões no 2º trimestre.

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Os preços médios dos combustíveis no Brasil voltaram a subir, segundo pesquisa da ANP publicada na sexta (6/8). O litro do diesel ficou em R$ 4,598 (+0,21%), da gasolina, R$ 5,853 (+0,53%), e do etanol, R$ 4,339 (+0,3%).

A pressão sobre os consumidores torna o assunto um lugar comum nos discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em meses recentes, o presidente tem feito promessas, propostas que envolvem a Petrobras e opinado sobre a regulação do setor.

— Nada concreto, contudo, foi anunciado pelo governo federal. O plano, discutido desde 2019, passa pela criação de um fundo para controle da volatilidade – usar recursos da indústria de óleo, como royalties, para estabilizar os preços internos.

— “Vamos estudar uma possibilidade de a gente não mexer no preço dos combustíveis quando o dólar cai aqui dentro e o preço do barril do petróleo cai lá fora. É a maneira de não aumentar combustível”, citou Bolsonaro na semana passada.

Até aqui, o presidente já disse que “estuda” zerar os impostos federais do diesel em 2022, como fez em março e abril, sem muito efeito, já que os preços continuaram subindo (Estadão); e, mais recentemente, que quer acabar com a bandeira branca.

— “Vamos tentar acabar com a bandeira branca dos combustíveis também. Eu não vou falar máfia, porque alguém do setor aí pode me criticar. Mas o comportamento é o pior possível. Cada bandeira define o preço na sua região” (Metrópoles)

— A desoneração do diesel custaria R$ 26 bilhões no ano. Junto com o aumento do Bolsa Família, de despesas com o funcionalismo e redução da carga tributária prometida na reforma, o pacote de bondades para melhorar a popularidade de Bolsonaro em 2022 já está em R$ 67 bilhões de gasto público. (Folha)

— Bolsonaro defende que a Petrobras destine R$ 3 bilhões para um programa de vale-gás – subsídio bimestral para compra de GLP – e a vontade de chegar a um “acordo” com a estatal sobre a política de preços.

— Segundo informações da Reuters, na mira estão dividendos, recursos já destinados pela companhia para projetos sociais e a quitação de multas ambientais.

Onze supridores de gás natural entregaram propostas para a chamada pública coordenada lançada em julho pelas distribuidoras Algás, Bahiagás e PBGás. A previsão é de habilitação de propostas para negociação até 31 de agosto.

— Na lista, há produtores, incluindo a Petrobras; comercializadores e importadores de GNL: Compass (Cosan), Ebrasil LNG, Equinor, Excelerate Energy, Galp, Gas Bridge, New Fortress Energy, Origem, Petrobras, PetroReconcavo e Shell.

— A demanda das distribuidoras é da ordem de 4 milhões de m³ por dia, sendo 3,4 milhões na Bahia, 460 mil em Alagoas e 185 mil na Paraíba. Valores de 2020, impactados pela pandemia.

— Recentemente, a Petrobras manifestou o interesse em reduzir sua participação no suprimento de gás natural para distribuidoras da região Nordeste. Um dos motivos é o arrendamento do terminal de GNL da Bahia, em negociação com a Excelerate Energy.

— Até o momento, a Potiguar E&P fechou acordo para fornecimento de gás no Rio Grande do Norte; a New Fortress Energy, em Santa Catarina; e a Shell em Pernambuco. Há também um contrato da Alvopetro com a Bahiagás

Oito projetos de biogás e biometano na região Sul do país receberão um aporte total de R$ 4 milhões do GEF Biogás Brasil, recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente, implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e executado pelo CIBiogás.

— O objetivo do edital é tirar do papel unidades de demonstração de soluções baseadas no biogás. Inclui projetos de recuperação do biometano na agropecuária, uso em frota e geração de energia. Veja a lista completa

EPE transmite amanhã (10/7) uma live sobre o Plano Indicativo de Terminais de GNL (PITER), documento que aponta um potencial de expansão da capacidade de regaseificação de GNL no Brasil de 56 milhões de m³/dia. Webinar será mediado por Heloisa Borges, diretora Diretora de Estudos de Petróleo e Gás Natural da EPE, com Thiago Barral, presidente da estatal, e representantes do MME e da New Fortress Energy. Veja a programação.

O Custo Marginal de Operação (CMO) vai subir 14,2% na segunda semana de agosto, para R$ 2.901 por MWh, em todas as regiões, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). Reflexo da escassez de energia nos reservatórios das hidrelétricas, que leva ao acionamento de térmicas mais caras.

— A previsão é que as usinas da região Sudeste/Centro-Oeste cheguem no final da semana operativa (13 de agosto) com 25,1% de sua capacidade nos reservatórios. As estimativas são de 78% no Norte; 53,6% no Nordeste e 44,5% no Sul – região que mais sofre com a seca.

— O crescimento da demanda por energia em agosto foi reduzido de 4,6% para 3,8% na revisão semanal do ONS. “O principal fator que influenciou na elevação do CMO dos subsistemas SE/CO, S, NE e N foi a atualização da previsão de vazões”, diz o relatório.

— A menor previsão de carga e maior disponibilidade de usinas térmicas e hidráulicas contribuíram para reduzir, parcialmente, a tendência de elevação do CMO.

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