Em carta enviada à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) neste domingo, a Venezuela pediu ajuda da entidade para conter o que chamou de “crescente agressão” dos Estados Unidos contra o país, em meio à ofensiva americana contra o tráfico de drogas no Caribe, que fechou o espaço aéreo venezuelano ontem (29/11).
“Espero que eu possa contar com seus melhores esforços para conter essa crescente agressão, que ameaça o equilíbrio do mercado mundial de energia, tanto para países consumidores quanto produtores”, afirma o presidente Nicolás Maduro no documento.
O texto foi lido pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, durante a reunião virtual de hoje da Opep+.
O governo em Caracas denuncia a intenção dos EUA de “tomar as vastas reservas de petróleo da Venezuela, as maiores do planeta, por meio de forças militares letais contra o território, pessoas e instituições”.
Maduro afirma que o país vai “defender firmemente” suas reservas naturais de energia, e que não irá sucumbir a “chantagens ou ameaças”. De acordo com a carta, a iniciativa americana vai contra à coexistência pacífica das nações e representa perigo à estabilidade da produção de óleo venezuelana e do mercado internacional.
A iniciativa militar do governo Trump já enviou mais de 14 navios de guerra e 15.000 tropas ao território venezuelano desde seu início, em meados de agosto deste ano, segundo Caracas. Também foram efetuados, de acordo com a carta, mais de 20 bombardeios contra pequenas embarcações, que resultaram na morte de mais de 80 pessoas.
“O presidente Trump promoveu uma campanha de assédios e ameaças contra a Venezuela que claramente coloca em risco a paz regional e internacional, a segurança e a estabilidade”, acusa Maduro para a Opep+.
