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Plano da Petrobras reduz em US$ 7 bi carteira de projetos firmes

Estatal prevê US$ 109 bi em investimentos até 2030

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assina contrato que destina R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento do Plano Amazônia, em 17 de junho de 2024 (Foto Valter Campanato/Agência Brasil)
Magda Chambriard, assina contrato que destina R$ 318,5 milhões do Fundo Amazônia para o fortalecimento do Plano Amazônia (Foto Valter Campanato/Agência Brasil)

NESTA EDIÇÃO. Petrobras reduz investimentos da carteira em implantação. 
 
Refit é alvo de megaoperação contra fraude fiscal bilionária. 
 
Congresso Nacional derruba vetos do presidente Lula na nova lei do licenciamento ambiental. 
 
Neoenergia e Honda fecham parceria para avaliar veículos a hidrogênio no Brasil. 


A Petrobras planeja investir US$ 109 bilhões no período de 2026 a 2030, de acordo com o plano de negócios divulgado na noite de quinta (27/11). Veja a apresentação na íntegra

  • O valor representa uma redução de menos de 2% em relação aos US$ 111 bilhões do planejamento 2025-2029.  

Do total, US$ 91 bilhões estão na carteira em implantação e US$ 18 bilhões no portfólio em avaliação. 

  • Os investimentos anteriores consideravam US$ 98 bilhões de projetos em implantação
  • A partir deste ano, a companhia passa a dividir a carteira em implantação em “base” e “alvo”. O segundo grupo inclui projetos cuja confirmação do orçamento está condicionada à análise de financiabilidade

A redução nos valores está relacionada às projeções menores para o preço do barril de petróleo no mercado internacional. 

  • O novo plano considera que a média do Brent em 2026 será de US$ 63, bem menor do que os US$ 77 adotados como premissa no plano anterior.  

Parte da estratégia da companhia para diminuir o tamanho do plano foi reduzir os gastos operacionais em 8,5%

  • Estão previstas medidas para otimizar custos, com economia estimada de US$ 12 bilhões nos gastos operacionais gerenciáveis. 
  • Algumas das medidas incluem redução de gastos em plataformas sem produção, otimização da logística aérea e marítima e otimização das intervenções em poços e inspeções submarinas. 

A maior parte do portfólio segue focada na exploração e produção, que receberá US$ 78 bilhões da carteira total. 

  • Um dos grandes receios do mercado era o adiamento de projetos prometido pela companhia, que acabou sendo modesto. 
  • A empresa confirmou que o projeto de revitalização de Barracuda e Caratinga, antes previsto para 2029, ficará para depois de 2031. 
  • Conforme as projeções do ano passado, o projeto de Sergipe Águas Profundas segue esperado para a próxima década, com a primeira plataforma entrando em operação em 2030.  

A diretoria da Petrobras vai detalhar os investimentos em coletiva de imprensa na tarde desta sexta (28/11). Acompanhe a transmissão pelo canal da agência eixos no Youtube



Operação Poço de Lobato. O governo de São Paulo, o MPSP, a Receita Federal e a PGFN deflagraram operação que teve como alvo o Grupo Refit, acusado de capitanear um esquema sofisticado de fraude fiscal estruturada e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o sequestro de bens de valores que somam R$ 10,2 bilhões.

  • O valor das fraudes cometidas por pessoas e empresas investigadas na operação chegava a R$ 350 milhões por mês, segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “É como se a gente tirasse da população um hospital de médio porte por mês”, disse.
  • Tarcísio disse, ainda, que o projeto (PLP 125/2022) que endurece regras contra devedores contumazes, que está no plenário da Câmara, ganha força com a operação. A matéria será relatada por Antonio Carlos Rodrigues (PL/SP).

PL contra devedor contumaz. Ao comentar a operação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também ressaltou a importância de aprovar o projeto contra devedores contumazes na Câmara para continuar o trabalho da Pasta contra o crime organizado.

Esquema bilionário. O Grupo Refit, comandado pelo empresário Ricardo Magro, é considerado o maior devedor de ICMS do Estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores da União. Segundo a investigação, o esquema causou prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.

  • Magro é empresário e ex-advogado. Ele foi alvo de buscas após a apreensão de dois navios e suspeitas de abastecer redes investigadas, mas não está no Brasil. 

Preço do barril. A cotação do petróleo subiu na quinta (27), em meio a notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) deve manter a produção da commodity estável no primeiro trimestre de 2026. O mercado acompanha também novidades no acordo que pode encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

  • O Brent para fevereiro fechou em alta de 0,52% (US$ 0,33), a US$ 62,87 o barril. 

Compra de QAV. O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) aprovou um mecanismo que permitirá às companhias aéreas comprar querosene de aviação (QAV) com cobertura do Fundo de Garantia às Exportações (FGE). 

  • A decisão viabiliza acesso a até R$ 2 bilhões em operações garantidas pelo fundo. 

Importação de gás. A Petrobras recebeu autorização da ANP para importar gás natural da Argentina. O aval permite à estatal trazer gás diretamente do mercado argentino sem agentes intermediários. 

  • Em outubro, a estatal fez seu primeiro teste de importação de gás não convencional de Vaca Muerta, viabilizada por meio de uma parceria com a Pluspetrol. 

Mais uma importadora. A trader de energia Deal se prepara para entrar na atividade de comercialização de gás natural e mira oportunidades de importação de países vizinhos.

  • Na quinta (27), a companhia recebeu o aval da ANP para importar até 10 milhões de m³/dia de gás da Bolívia e da Argentina. 

Margens no gás. A alta nas margens do setor não significa ineficiência na distribuição de gás canalizado, defende a Abegás. Segundo a associação, o setor de distribuição de gás cresceu com ganhos de eficiência operacional nos últimos dez anos.

Opinião: Aumentos expressivos e desproporcionais nas margens de distribuição de gás natural colocam em risco objetivo de redução do custo do insumo, escrevem Sylvie D’Apote, Fernando Montera, André Alves e Daniela Santos, da diretoria Executiva de Gás Natural do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Derrubado dos vetos do licenciamento. O Congresso Nacional derrubou, na quinta (27), parte dos vetos feitos pelo governo ao novo marco da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (15.190/2025). Entre eles, o artigo que prevê prioridade para projetos de saneamento e “segurança energética” nos processos de licença, além de dispensa de estudo de impacto.

IA na transição. Schneider Electric e Bloomberg New Economy anunciaram uma coalizão para unir a inteligência artificial à transição energética, abordando as perspectivas de aumento da demanda por eletricidade. A proposta é acelerar a adoção de tecnologias que tornem o consumo de energia mais eficiente.

Demanda brasileira. O consumo de eletricidade no Brasil deve ficar em 81.302 megawatts médios (MWmed) em 2025, montante que representa uma alta anual de 1,58%, segundo estimativas do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgadas na quinta-feira (27).

  • A projeção é inferior à anterior, de 82.389 MWmed. A estimativa anterior equivalia a um aumento anual de 2,94%. 

Inteligência de mercado. O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fecharam um acordo de compartilhamento de dados de inteligência de mercado.

  • A CCEE quer usar os dados para estudos e análises para a segurança do mercado. 

Veículos a hidrogênio. A Neoenergia e a Honda fecharam uma parceria para acelerar o desenvolvimento de iniciativas baseadas em hidrogênio verde para a mobilidade urbana e transporte rodoviário no Brasil.

  • O projeto será desenvolvido no primeiro posto de abastecimento com hidrogênio verde da Neoenergia no país, localizado em Brasília (DF).

Etanol nos EUA. A produção média do biocombustível nos Estados Unidos foi de 1,113 milhão de barris por dia na semana encerrada na sexta passada (21). O volume representa aumento de 2% ante o registrado na semana anterior, de 1,091 milhão de barris por dia.
 
Repercussão da COP. A conferência transmitiu ao mundo a mensagem clara de que a agenda das mudanças climáticas precisa de entregas concretas. E o Brasil teve o mérito de pautar, nesse debate, a necessidade de uma transição energética justa, avaliou a diretora de Estudos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, em entrevista ao programa diálogos da transição COP30.
 

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