Cláusula de PD&I

TotalEnergies direciona R$ 900 milhões para pesquisa de CCS no Brasil

Estudo vai avaliar a capacidade de reservatórios salinos offshore para armazenagem de CO2 de forma permanente

Trabalhador da TotalEnergies em plataforma para exploração offshore (Foto Divulgação)
Trabalhador da TotalEnergies em plataforma para exploração offshore (Foto Divulgação)

RIO — A TotalEnergies vai direcionar cerca de R$ 900 milhões em um estudo geológico para avaliar a viabilidade de estocar dióxido de carbono em reservatórios salinos no offshore brasileiro. 

A iniciativa, aprovada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), permite que a companhia utilize recursos da cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) de seus contratos de exploração e produção para financiar o projeto. 

O investimento estimado incialmente em R$ 871,1 milhões. O estudo será executado pelo Laboratório de Geologia Sedimentar (Lagesed) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

O plano de trabalho envolve a aquisição de dados geológicos, geofísicos e petrofísicos para avaliar a capacidade de reservatórios salinos offshore para armazenagem de CO2 de forma permanente.

Estratégia global 

Globalmente, a companhia aposta na captura do CO2 de polos industriais, o seu transporte por navios ou dutos até o seu armazenamento no leito marinho.

A tecnologia permitirá reduzir emissões próprias e de clientes, com o objetivo de alcançar capacidade de estocagem superior a 10 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2030. 

Um dos projetos mais emblemáticos da companhia, junto da Equinor e da Shell, na Noruega, é o Northern Lights, que deve consolidar o Mar do Norte como grande hub europeu de CCS.

No Brasil, a pesquisa autorizada pela ANP se soma a um portfólio de óleo e gás. A TotalEnergies mantém 11 licenças, sendo quatro de ativos operados, localizadas sobretudo nas bacias de Santos e Campos, em águas profundas e no pré-sal. 

Entre os principais projetos, destacam-se o Campo de Lapa — onde a empresa se tornou a primeira companhia internacional a operar um campo em produção no pré-sal brasileiro — e suas participações nos campos de Mero, Sépia, Atapu e na área de Iara, todos na Bacia de Santos.

Regulamentação do CCS

Neste mês, o Ministério de Minas e Energia (MME) abriu consulta pública sobre a proposta do decreto que regulamenta as atividades de captura e armazenamento de CO2 (CCS),captura, utilização e armazenamento de CO2 (CCUS) e bioenergia com CCS (BECCS).

O prazo para contribuições encerra no dia 16 de dezembro.

Pelo decreto, caberá à ANP autorizar a atividade, bem como disciplinar as condições técnicas e o procedimento para a autorização, regulação, fiscalização e encerramento da captura, transporte por meio de dutos e estocagem geológica de CO2.

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