NESTA EDIÇÃO. Petróleo cai com receios de alta na oferta global.
Como foram as reações aos vetos da MP 1304.
Pautas do mercado de combustíveis no meio da crise entre Planalto e Congresso.
Possibilidade de retorno de barris russos ao mercado pressiona petróleo
A trajetória de queda da cotação do barril de petróleo recebeu um reforço com o avanço das negociações para um acordo para a paz na Ucrânia. O movimento reflete a possibilidade de um retorno às negociações globais da produção russa, hoje sob sanções.
- Na terça (25/11), o Brent para fevereiro recuou 1,46% (US$ 0,92), a US$ 61,80, enquanto o petróleo WTI para janeiro, negociado na Nymex, fechou em queda de 1,51% (US$ 0,89), a US$ 57,95 o barril.
- Segundo a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, houve progresso considerável nas conversas entre EUA e Ucrânia sobre os termos para um eventual acordo.
- A Rússia, no entanto, ainda não esboçou reação às tratativas.
O petróleo russo hoje sofre sanções sobretudo na Europa, mas segue sendo negociado em outras regiões, como China e Índia.
- Analistas dizem que ainda é cedo para falar em retirada das restrições e fim da guerra.
- “Para os mercados de energia, a volatilidade ainda está longe de terminar. Os preços reagiram rapidamente ao otimismo inicial em relação a um acordo, mas as incertezas permanecem”, disse o chefe de análise geopolítica da Rystad Energy, Jorge Leon.
Mas o movimento mostra como o mercado de petróleo está sensível a novos sinais de sobreoferta. O cenário de uma alta na produção global maior do que a demanda consegue acompanhar já era esperado para 2026.
- A alta na oferta é reforçada pelo relaxamento dos cortes de produção da Opep+, grupo do qual a Rússia faz parte.
No Brasil, um tema da ordem do dia são os investimentos.
- O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, afirmou que as empresas já estão se preparando para esse cenário.
- “Todas as empresas estão apertando os cintos. É um fenômeno normal, muito comum de acontecer na nossa indústria. As empresas vivem desses ciclos de alta e baixa. O que se espera é que a partir de 2027 o preço do petróleo reduzido reduza alguns investimentos, então a tendência é também reduzir a produção. Isso sob a estabilidade da demanda”, afirmou na terça em entrevista ao jornal da COP, produzido pela agência eixos. Assista na íntegra.
Sanção da MP 1304. Os vetos do governo no texto aprovado pelo Congresso Nacional dividiram consumidores e geradores de energia, além de colocar em polos contrários as petroleiras e as refinarias privadas. Veja as primeiras reações ao texto sancionado.
- A Petrobras e demais petroleiras em operação no país asseguraram junto ao governo federal o veto ao dispositivo que elevaria o pagamento de royalties sobre a produção de óleo e gás. MME e MPO concluíram que as cotações de agências internacionais levariam a “incerteza para a arrecadação governamental”.
- A sanção tinha apoio no Ministério da Fazenda, mas foi rejeitada pelo MME e pela Casa Civil.
- O governo também vetou o uso de recursos do Fundo Social para financiar a construção de infraestruturas de gás natural – como gasodutos de transporte e de escoamento, além de unidades de processamento (UPGNs).
- Por outro lado, o governo manteve o dispositivo que atribui ao CNPE o poder de definir limites de reinjeção de gás nos projetos de produção em áreas que ainda serão leiloadas.
- Houve críticas, ainda à sanção da contratação das térmicas a carvão até 2040. Apesar do apego à energia do passado, a nova lei também traz um subsídio para o desenvolvimento de um novo mercado: o de armazenamento em baterias. Veja os detalhes na newsletter diálogos da transição.
Combustíveis no fogo cruzado. A indicação do ministro Jorge Messias para o STF abriu uma nova crise política para o Planalto no Senado, enquanto na Câmara, o embate no PL Antifacção elevou os ânimos contra o governo. No meio do fogo cruzado está a agenda de prioridades da equipe econômica.
Teto para tarifa de Itaipu. A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou nesta terça (25/11) o relatório do senador Laércio Oliveira (PP/SE) que estipula teto de US$ 12 por kW para a energia gerada pela parte brasileira da usina binacional de Itaipu, a partir de 2027. Ainda falta passar pela Comissão de Assuntos Econômicos.
Comanda da estatal nuclear. A Eletronuclear confirmou Alexandre Caporal como novo diretor-presidente interino da companhia. Caporal já respondia pela diretoria financeira da empresa e atuava como presidente substituto desde o início do mês, quando Sinval Zaidan Gama renunciou.

