NESTA EDIÇÃO. Pela primeira vez, ANP avalia uso de instrumento de contestação em projeto de transportadora de gás natural.
Gas release volta em proposta de Kim Kataguiri na Câmara dos Deputados.
6º ciclo da oferta permanente ganha mais 275 blocos.
Aneel abre consulta para LRCAPs de março.
Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química segue para sanção presidencial.
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ANP propõe uso inédito da Lei do Gás para avanço de projeto essencial para a garantia do suprimento
A ANP propôs pela primeira vez o uso do dispositivo de contestação introduzido pela Lei do Gás de 2021 para garantir que a Nova Transportadora do Sudeste (NTS) inicie imediatamente a construção da Estação de Compressão (Ecomp) de Japeri (RJ), projeto considerado importante para compensar o declínio da importação da Bolívia e garantir o suprimento de gás natural no país.
- Na reunião de diretoria de terça (18/11), a agência determinou o início imediato das obras. Caso contrário, vai abrir processo seletivo público para que outro agente assuma o investimento.
- É a primeira vez que é usado o instrumento da contestação, que permite que outras transportadoras possam manifestar interesse na implantação de ativos com a mesma finalidade.
- Entretanto, o instrumento ainda não foi regulamentado.
A NTS trava com a ANP um longo impasse sobre as condições de remuneração do ativo.
- A companhia começou o processo de aprovação do projeto em 2022 e obteve a autorização para construção em janeiro deste ano.
- O empreendimento ainda não saiu do papel porque a transportadora e a ANP divergem sobre os parâmetros da remuneração do investimento.
- A Ecomp de Japeri visa ampliar a disponibilidade de gás do pré-sal no mercado nacional, em meio à queda na importação do produto boliviano.
Essa não foi a única decisão dos diretores da ANP na reunião de ontem com repercussões no mercado. Em outro processo, a agência determinou que a Petrobras precisa apresentar em até três meses um plano para adequar às especificações a Unidade de Tratamento de Caraguatatuba (SP), a UTGCA.
- O perfil de composição do gás processado na unidade mudou a partir de 2020, com a ampliação do uso de volumes do pré-sal. Com isso, a UTGCA passou a ofertar ao mercado gás com teor mínimo de metano de 80% – abaixo do limite regulatório de 85%.
- Desde então, a unidade vem operando com base em autorizações especiais.
- A Petrobras cancelou em 2020 o projeto de modernização da UTGCA, alegando, na ocasião, inviabilidade econômica financeira.
- Agora, a apresentação do plano de ação passa a ser condicionante à renovação da autorização especial.
Gás também no Congresso. O deputado Kim Kataguiri (União/SP) apresentou um projeto de lei (PL 5802/2025), que propõe novamente um programa de redução da concentração do mercado de gás natural, o gas release. É um mecanismo previsto na atual Lei do Gás, porém não regulamentado.
- A proposta é um pleito da indústria consumidora de gás natural, mas também de concorrentes da Petrobras.
SEAP fora de risco. O projeto Sergipe Águas Profundas não corre risco de ser adiado se a mudança no preço de referência do petróleo previsto no PL do setor elétrico for sancionado, segundo a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.
- O estado de Sergipe é considerado a principal nova fronteira de produção de gás do país.
Mais áreas na oferta permanente. A ANP aprovou o edital do 6° Ciclo da oferta permanente de concessão, que adiciona 275 blocos e cinco áreas com acumulações marginais.
- Com isso, subiu para 451 o total de blocos ofertados em 11 bacias terrestres e marítimas.
Preço do barril. O petróleo subiu na terça-feira (18), em sessão marcada por volatilidade. Investidores monitoram tensões geopolíticas e falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
- O Brent para janeiro avançou 1,07% (US$ 0,69), a US$ 64,89 o barril.
Opinião: Segurança operacional não nasce da velocidade da resposta, mas da inteligência do preparo, escreve a diretora comercial da Private Oil & Gás, Maria Gabriela de Moraes.
Leilões de potência. A Aneel abriu as consultas públicas para os LRCAP de março de 2026, com contribuições até 16 de dezembro.
- O leilão de 18 de março foca na expansão de hidrelétricas e térmicas a gás e carvão, além de novas usinas a gás. Já o certame seguinte, 20 de março, será voltado às térmicas existentes a óleo combustível, diesel e biodiesel.
Depois das tempestades. A Enel anunciou que fará reforços em São Paulo e Rio de Janeiro para o período chuvoso, depois de problemas no serviço em 2023 e 2024 que levaram a empresa a correr o risco de perder a concessão paulista.
- Em São Paulo, a companhia vai contratar 1.200 profissionais adicionais para reforçar as operações de campo, além de realizar podas preventivas.
Destaques da COP. Representantes de 83 países — produtores e consumidores de petróleo do Norte e Sul global — estão se unindo em uma coalizão para pressionar por um roteiro para a transição para longe dos combustíveis fósseis. Eles formam o “Chamado do Mutirão por um Roteiro para os Combustíveis Fósseis”. Entenda melhor com a newsletter diálogos da transição.
- A ministra Marina Silva defendeu que países produtores e consumidores estruturem um diálogo formal para organizar a transição dos combustíveis fósseis. A posição reforça a proposta de Lula de um “mapa do caminho” já apoiado por mais de 60 países.
- Entre as maiores economias do mundo, apenas o Reino Unido registra desempenho “alto” em políticas climáticas, segundo o novo CCPI. Metade do G20 aparece com pontuação “muito baixa”, enquanto o Brasil fica na média.
- Apesar de promessas globais, relatório do Pnuma aponta que as emissões de metano devem aumentar até 2030, contrariando o compromisso firmado na COP26. A agência alerta que decisões nos próximos cinco anos serão decisivas para limitar o aquecimento.
Para entender melhor o avanço das negociações a cada dia da Conferência do Clima assista ao jornal Diálogos da Transição na COP30 nos canais da agência eixos. Com apresentação de Mariana Procópio e registros da editora Nayara Machado direto de Belém, o programa vai ao ar diariamente às 18h.
Indústria química. O plenário do Senado aprovou na terça (18) o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química, o Presiq (PL 892/2025), que segue para sanção presidencial.
- O programa de subsídios da indústria química foi incluído como item extrapauta da sessão, com o parecer de Daniella Ribeiro (PP/PB) apresentado pouco antes do início da votação.

