Concessão de energia

Enel promete reforços para período chuvoso depois de dois anos seguidos de problemas

Companhia enfrentou apagões em 2023 e 2024 que levaram ao risco de perder a concessão paulista

Enel divulga plano de reforço para período chuvoso (Foto Divulgação)
Enel divulga plano de reforço para período chuvoso (Foto Divulgação)

BELO HORIZONTE — A Enel anunciou que fará reforços em São Paulo e Rio de Janeiro para o período chuvoso, depois de problemas no serviço em 2023 e 2024 que levaram a empresa a correr o risco de perder a concessão paulista.

Em São Paulo, a companhia anunciou no início do mês a contratação de 1.200 profissionais adicionais para reforçar as operações de campo, além da realização de 448 mil podas preventivas até setembro.

Segundo a Enel, o tempo médio de atendimento emergencial na região metropolitana de São Paulo foi reduzido em cerca de 50% entre novembro de 2024 e março de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A companhia afirma que vem ampliando investimentos, com a destinação de R$ 10,4 bilhões para a melhoria do serviço nos municípios paulistas entre 2025 e 2027.

Já no Rio, a empresa vai contratar mais de 2 mil profissionais de campo até o fim de 2026, além de abrir três novas bases operacionais.

Também prevê chegar ao final deste ano com 551 mil podas preventivas e com a substituição de 312 km de cabos de média tensão e de 168 circuitos de baixa tensão. Na concessão fluminense, a companhia vai investir R$ 6,1 bilhões no triênio 2025-2027.

As ações fazem parte do Plano Verão 2025 da Enel, que já solicitou a extensão antecipada da concessão de São Paulo, cujo contrato encerra em 2028.

A Enel pediu a prorrogação do contrato vigente, sob as novas regras aprovadas para as distribuidoras este ano, com critérios mais rígidos em casos de interrupção no fornecimento.

Paralelamente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa as interrupções de distribuição de energia elétrica em 2023 e 2024 na região metropolitana do estado, processo que pode levar à caducidade do contrato da companhia.

Em novembro de 2023, mais de 2 milhões de unidades ficaram sem energia após um temporal.

O problema se repetiu em outubro de 2024, quando mais de 3 milhões de unidades ficaram sem o serviço, também depois de tempestades.

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou falhas no acionamento do plano de contingência da Enel.

O ministro Alexandre Silveira (PSD/MG) já afirmou que a companhia só renovará o contrato se forem cumpridas todas as exigências técnicas e regulatórias.

Entretanto, os governos estadual e municipal se posicionaram contra a continuação do contrato.

A prefeitura de São Paulo entrou com uma ação na Justiça Federal para impedir a renovação, endossada pelo Ministério Público Federal.

O governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também se opõe à renovação. “É uma empresa geradora de caixa, uma empresa geradora de receita, mas que não faz os investimentos necessários”, comentou em agosto.

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