O Brasil vive um “ponto de inflexão” em que, apesar de ter uma matriz já majoritariamente renovável, precisará adotar novas tecnologias — como armazenamento por baterias — nas próximas décadas, na avaliação da enviada especial de Energia da COP30 e presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum.
“A gente tem que ter um olhar mais geral, adotar novas tecnologias para garantir a resiliência do sistema, para garantir a eficiência do sistema”, afirmou, em entrevista ao estúdio eixos na COP30, em Belém (PA). Assista na íntegra acima.
Elbia destacou o forte engajamento do setor privado na COP30 e como a mobilização empresarial é determinante para acelerar a implementação das metas climáticas.
“É a COP da ação, é a COP do mutirão, é a COP da implementação”, disse.
Gannoum citou ainda que o Brasil ganha protagonismo nas discussões após o lançamento do primeiro relatório dedicado ao país pela Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).
O documento aponta o Brasil como liderança global em energia renovável e reforça a importância de destravar investimentos, ampliar linhas de financiamento e ajustar marcos regulatórios para consolidar a trajetória de descarbonização nas próximas décadas.
A entrevista foi ao ar no programa diálogos da transição COP30 de segunda (17/11). Assista na íntegra.
Apresentado por Mariana Procópio, o programa traz os principais destaques do dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém (PA). Inscreva-se no canal da agência eixos no Youtube, ative as notificações e fique por dentro de todos os conteúdos.
Principais assuntos tratados por Elbia Gannoum
- Balanço da primeira semana: a Agência Internacional de Energia lança primeiro estudo dedicado ao Brasil, reconhecendo o país como liderança em renováveis.
- Matriz renovável: o relatório destaca que a matriz elétrica e energética brasileira é majoritariamente renovável e referência global.
- Novos investimentos: debates na COP30 tratam de destravar financiamentos, atrair aportes e definir políticas e regulações para as próximas décadas.
- Ponto de inflexão: o sistema energético brasileiro precisa de novas tecnologias para garantir resiliência, eficiência e flexibilidade.
- Leilão de baterias: o anúncio do leilão é visto como passo relevante para modernizar o sistema e resolver desafios conjunturais.
- Ação empresarial: esta é a “COP da implementação”, com maior engajamento do setor privado para executar medidas climáticas.
- Transição global: seguem negociações por um roadmap de abandono de fósseis, além de avanços esperados em financiamento climático e adaptação.