Coordenar os diferentes instrumentos de descarbonização será essencial para evitar o greenwashing pela via da duplicidade dos certificados das diferentes energias de baixo carbono, na visão do gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Ricardo Gedra.
“Como que a gente consegue garantir a integralidade e a segurança da adoção desse conjunto de instrumentos de descarbonização de uma forma coordenada e sem o problema sério que seria o problema do greenwashing – que é você eventualmente ter vários instrumentos, mas que eles em si seriam a mesma coisa ou estariam usando o mesmo insumo”, disse.
Em entrevista ao estúdio eixos na COP30, Gedra conta que a CCEE espera aproveitar a sua expertise na certificação no mercado de energia elétrica para se posicionar também no registro dos certificados de hidrogênio no Brasil.
E comentou também sobre o desafio da harmonização das certificações brasileiras e as do mercado internacional.
“Harmonizar seria colocar tudo no mesmo padrão, o que é bastante difícil, dado a complexidade e as características globais. Interoperabilidade tem sido uma palavra-chave. Podem ter diferenças, mas eles são interoperáveis”
A entrevista foi ao ar no programa diálogos da transição COP30 de sexta (14/11). Assista na íntegra.
Apresentado por Mariana Procópio, o programa traz os principais destaques do dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém (PA). Inscreva-se no canal da agência eixos no Youtube, ative as notificações e fique por dentro de todos os conteúdos.
Principais assuntos tratados pelo gerente da CCEE
- Marcos legais recentes: o Brasil chega à COP30 após aprovar leis de transição energética, como hidrogênio, carbono e Combustível do Futuro.
- Foco na regulação: após a legislação, o desafio é detalhar o marco regulatório, onde a Câmara de Comercialização atua apoiando decretos e normas.
- Integridade da descarbonização: a CCEE contribui para garantir integridade e evitar greenwashing entre diferentes instrumentos climáticos.
- Registro central: a Câmara defende um registro unificado para certificados (energia, hidrogênio, carbono, SAF) para evitar duplicidade.
- Conexão internacional: a CCEE atua em governanças globais como Corsia e UNFCCC para alinhar sistemas e facilitar a interoperabilidade.
- Book and claim: modelo desacopla certificado do combustível físico, evitando emissões extras, como no transporte desse combustível.
- Biocombustíveis e SAF: a CCEE participa da agenda do SAF, levando experiência técnica para harmonizar critérios com padrões internacionais.
- Dupla contagem: a integridade climática precisa impedir dupla contabilidade entre inventários corporativos e NDCs nacionais.
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