COP30

Brasil deve liderar iniciativa para transição energética na América Latina, aponta Irena

Irena, MME e BNDES firmaram carta de cooperação para organização da Latin America Energy Transition Investment Forum de 2026 no Brasil

Conteúdo Especial

Irena, MME e BNDES firmaram carta de cooperação para organização da Latin America Energy Transition Investment Forum de 2026 no Brasil (Foto: MME/Divulgação)
Irena, MME e BNDES firmaram carta de cooperação para organização da Latin America Energy Transition Investment Forum de 2026 no Brasil (Foto: MME/Divulgação)

BELÉM — Com sua matriz elétrica predominantemente renovável, o Brasil é um exemplo de sucesso na América Latina, quando o assunto é integrar energia renovável à sua rede, aponta a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês).

Nesta sexta-feira (14/11), a Irena, o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram uma carta de Intenções para avançar na cooperação em iniciativas estratégicas voltadas à transição energética na América Latina

O documento estabelece parceria para a realizar, em 2026, o Latin America Energy Transition Investment Forum no Brasil. A plataforma busca promover investimentos, fortalecer marcos regulatórios e impulsionar projetos de energia renovável.

A iniciativa também prevê que o fórum possa servir de palco para o lançamento da Partnership for Advancing Renewables in Latin America (Parla), proposta conduzida pela Irena para ampliar a colaboração e atrair novos investimentos para a região.

Em entrevista exclusiva à eixos na quinta-feira (13/11), durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, disse que o país é um parceiro importante na mobilização de investimentos para a região.

“Vamos fazer o fórum de investimento aqui no Brasil na primeira metade do ano que vem. É um momento importante. Queremos lançar uma iniciativa para a América Latina e o Brasil deve liderar essa iniciativa”.

O diretor geral da Irena observa que, globalmente, a transição energética ainda não está ocorrendo na velocidade e na escala necessárias para limitar o aumento da temperatura até o fim do século a 1,5°C.  

Mesmo com ritmo lento, ele considera que há um movimento na direção correta de um novo sistema energético baseado em energias renováveis e complementado por hidrogênio e biomassa.

E afirma que a presidência brasileira está conseguindo demonstrar aos negociadores da cúpula climática o senso de urgência.

“Temos trabalhado com a presidência brasileira ao longo do ano e acho que eles estão muito comprometidos em ter resultados muito bons. Eles foram capazes de fazer os países sentirem o senso de urgência”.

La Camera aponta ainda que a adoção da agenda já no primeiro dia da conferência é um sinal promissor.

“Os primeiros dias já foram um sucesso com a adoção da agenda, porque isso não aconteceu em COPs anteriores. Então eu realmente espero que eles possam chegar ao que estão buscando, e é do interesse de toda a comunidade mundial”, completa.

Acordo para quadruplicar combustíveis sustentáveis

La Camera considera que uma iniciativa relevante para construir um novo sistema energético é o objetivo de aumentar quatro vezes a participação da bioenergia na matriz energética.

Também na sexta, o Brasil apresentou o plano de ação para o compromisso para elevar quatro vezes, a nível global, a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035.

A iniciativa é a principal aposta do país na substituição de combustíveis fósseis. Até o momento, 23 países assinaram o acordo.

“Um importante aspecto na construção de um novo sistema de energia é esta meta para aumentar, pela primeira vez, a participação de bioenergia na matriz energética. Este é um dos possíveis resultados desta COP”, comenta La Camera.

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