COP30

Agenda da descarbonização não pode criar barreiras à divesificação de tecnologias, defende VP da Acelen

Marcelo Lyra acredita que transição energética deve se dar pela complementariedade de fontes, e não competição entre elas

Conteúdo Especial

A transição energética deve se dar pela complementariedade de fontes e, portanto, é preciso que a agenda da descarbonização não crie barreiras à adoção de diferentes tecnologias, defendeu o vice-Presidente de Comunicação ESG e Relações Institucionais da Acelen, Marcelo Lyra, em entrevista ao estúdio eixos na COP30.

“Vamos precisar de biocombustíveis, eletrificação, hidrogênio verde, eólica, e solar… Na minha opinião, essas alternativas, essas fontes de energia serão todas complementares numa matriz muito mais complexa e sofisticada”.

A Acelen Renováveis está desenvolvendo um projeto de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir do óleo da macaúba, na Bahia.

O empreendimento deve receber investimentos de US$ 3 bilhões, para a produção de um bilhão de litros de SAF ou diesel verde.

Lyra avalia que a aposta do Brasil nos biocombustíveis vai além da questão climática e alcança aspectos sociais, como geração de empregos regionais.

“O Brasil tem uma vocação natural para biocombustíveis. Já somos competitivos em produção de etanol, mas poderíamos ser competitivos em uma série de outros combustíveis (…) temos a chance de ser a Arábia Saudita da fotossíntese”.

A entrevista foi ao ar no programa diálogos da transição COP30 desta quinta (13/11). Assista na íntegra

Apresentado por Mariana Procópio, o programa traz os principais destaques do dia da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, realizada em Belém (PA). Inscreva-se no canal da agência eixos no Youtube, ative as notificações e fique por dentro de todos os conteúdos.

Principais assuntos tratados por Marcelo Lyra

  • Acelen e transição: empresa nasce do refino fóssil após aquisição de Mataripe pelo Mubadala, e aposta em biocombustíveis como eixo da transição.
  • Projeto Macaúba: investimento de US$ 3 bi em SAF/diesel verde, com cadeia verticalizada, plantio em terras degradadas e impacto econômico-social amplo.
  • Biocombustíveis x eletrificação: Acelen vê soluções como complementares, não concorrentes; transição energética exige múltiplas rotas.
  • Vantagem brasileira: Brasil tem vocação competitiva para biocombustíveis, favorecido por escala agrícola, logística e Lei do Combustível do Futuro.
  • Estratégia comercial: planta será flex, produzindo SAF e diesel verde conforme demanda; mercado global puxa SAF com mais força.
  • Mercado de carbono: padronização global é chave para acelerar investimentos, potencializando créditos brasileiros.
  • Financiamento da transição: projetos têm risco tecnológico maior, exigindo novo modelo de financiamento e possível mitigação estatal.
  • Cronograma e escala: AgriPark alcança germinação superior a 80%; plantio iniciado; biorefinaria opera em 24–30 meses usando blend de óleos até plena oferta de Macaúba.

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