BELO HORIZONTE — Dez países assinaram, nesta quarta-feira (13/11), uma Declaração sobre a Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).
O documento é inédito e estabelece compromissos internacionais para enfrentamento da desinformação climática e promoção de informações precisas e baseadas em evidências sobre mudanças climáticas.
Até o momento, os signatários foram: Brasil, Canadá, Chile, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Uruguai.
A declaração convoca os governos para o financiamento de pesquisas sobre a integridade da informação climática, principalmente em países em desenvolvimento, e inclui a participação do setor privado em práticas de publicidade transparente e responsável.
Além disso, convoca diferentes agentes para o combate à desinformação e a ataques contra jornalistas ambientais, defensores, cientistas e pesquisadores.
“As mudanças climáticas não são mais uma ameaça do futuro; são uma tragédia do presente”, disse o presidente Lula durante a COP. “Vivemos uma era em que os obscurantistas rejeitam as evidências científicas e atacam instituições. É hora de impor mais uma derrota ao negacionismo”.
O documento estabelece alguns compromissos aos signatários, como a promoção da integridade da informação; o apoio à sustentabilidade de um ecossistema midiático diverso e resiliente; a promoção de uma ação climática informada e inclusiva; e o fomento à cooperação e ao fortalecimento de capacidades para enfrentar ameaças à integridade da informação.
“Por meio da Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas, governos e organizações estão unindo esforços para financiar pesquisas e ações que promovam a integridade da informação climática. Cientistas e pesquisadores jamais devem temer dizer a verdade”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na preparação para a COP30.
Já a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, considera que o acesso a informações confiáveis é essencial para a superação da crise climática.
“Por meio desta iniciativa, apoiaremos jornalistas e pesquisadores que investigam questões climáticas — muitas vezes sob grande risco — e enfrentaremos a desinformação climática desenfreada nas redes sociais”, disse Audrey Azoulay.
