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Cresce apoio da população à exploração de petróleo na Margem Equatorial 

Aumento da aprovação coincide com liberação para perfuração da Petrobras

Presidente Lula defende, na manhã de 3/8/23, a perfuração de um poço na Bacia do Foz do Amazonas para confirmar a existência de reservas de petróleo e gás na região da Margem Equatorial (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na manhã de hoje (3/8) a perfuração de um poço na Bacia do Foz do Amazonas para confirmar a existência de reservas de petróleo e gás na região da Margem Equatorial (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

NESTA EDIÇÃO. Pesquisa indica aumento da aprovação popular para exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial
 
Distribuidoras pedem suspensão da venda direta de combustíveis entre a Petrobras e clientes corporativos. 
 
Demanda global por resfriamento deve triplicar, mas práticas sustentáveis podem economizar US$ 17 trilhões em consumo de energia, segundo Pnuma. 


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A parcela da população que apoia as atividades ligadas ao petróleo e gás na Margem Equatorial, no Norte e Nordeste do país, está em expansão, indicou uma pesquisa da Genial/ Quaest. 

O período coincide com a liberação do Ibama para a Petrobras perfurar um poço exploratório na Bacia da Foz do Amazonas, que ocorreu em 20 de outubro, depois de anos em discussão. 

O debate em torno do tema envolve não apenas o fato de a região ser considerada ambientalmente sensível, devido à proximidade com a Amazônia, como também a defesa do fim da abertura de novas fronteiras exploratórias de petróleo e gás

  • No entanto, a pesquisa da Genial/Quaest indica que a população contrária à atividade vem caindo e já é minoria, com uma redução de 70% para 49% entre outubro e novembro.  

O presidente Lula (PT) e líderes políticos defendem que as atividade petrolíferas podem ser indutoras de desenvolvimento e riqueza para as regiões Norte e Nordeste. 

  • Segundo a pesquisa, no Nordeste o índice de aprovação das atividades subiu de 29% para 44%. Já no Centro-Oeste e Norte, aumentou de 17% para 42%.  

A pesquisa chega às vésperas da divulgação do novo plano de negócios da Petrobras, com atualizações para o período de 2026 a 2030, que será publicado em 27 de novembro. 

  • O plano anterior, divulgado no ano passado, previa US$ 3 bilhões em investimentos para a exploração na região.  

Enquanto isso, do lado de lá da fronteira…. As descobertas de petróleo na Guiana, que estimularam a exploração na Margem Equatorial brasileira, seguem atraindo investimentos. 

  • Na terça (11/11), um consórcio entre TotalEnergies, QatarEnergy e Petronas assinou um acordo com o governo da Guiana para explorar um bloco em águas rasas, com um bônus de entrada de US$ 15 milhões (Reuters/Valor Econômico)


No pré-sal. O navio-plataforma P-79 deixou o estaleiro na Coreia do Sul, rumo ao campo de Búzios, na Bacia de Santos. A chegada está prevista para fevereiro do ano que vem, segundo a Petrobras.
 
Venda direta de combustíveis. A ampliação das vendas diretas de combustíveis da Petrobras para clientes corporativos, especialmente de diesel B15, incomoda cada vez mais os concorrentes da estatal na distribuição de combustíveis, elo do mercado abandonado desde 2021 com a privatização da BR Distribuidora. Isso porque a estatal abocanha a demanda do agronegócio, mas sem os custos do Renovabio.
 
Preço do barril. O petróleo fechou em alta na terça-feira (11), com tensões geopolíticas e dados que apontam um mercado de trabalho mais enfraquecido nos EUA, pressionando o dólar. Também no radar, expectativas acerca da oferta global.

  • O Brent para janeiro avançou 1,71% (US$ 1,10), a US$ 65,16 o barril

Preocupação com a regulação. Se os pedidos de suspeição de diretores vistos nas últimas semanas na ANP e Aneel prosperarem, podem inaugurar uma nova prática em que agentes regulados passam a escolher os relatores de seus casos, avalia a União Nacional dos Servidores de Carreira das Agências Reguladoras Federais (UnaReg).

Rota Sustentável. Veículos movidos com biocombustível 100% emitiram cerca de 65% menos CO2 equivalente do que os abastecidos com diesel B15, segundo teste da Be8 e da Mercedes-Benz

  • A iniciativa Rota Sustentável COP30, levou dois caminhões e dois ônibus de Passo Fundo (RS) a Belém (PA) para medir o impacto da substituição total do diesel fóssil pelo Be8 BeVant. 

Aposta verde. Três em cada quatro brasileiros acreditam que a transição para uma economia sustentável vai gerar novos empregos, aponta pesquisa da ABDI e da Nexus. Para 54%, o movimento criará “muitos empregos”; outros 21% esperam “poucos”. Apenas uma minoria não vê novas oportunidades na mudança para um modelo mais verde.

Diálogos na COP 1. O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP) afirmou à eixos que o Brasil “não é algoz ambiental” e deve transformar a agenda climática em oportunidade para liderar a economia de baixo carbono. “Nosso agro é sustentável, nós vamos mostrar isso ao mundo”, defendeu.

Diálogos na COP 2. O vice-presidente da Siemens Energy, André Clark, afirmou que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) é inovador por incluir o capital privado no financiamento climático. Para ele, empresas e bancos de desenvolvimento devem atuar juntos para ampliar esses recursos.

Aliança entre América Latina e Europa. Celac e União Europeia anunciaram um plano para ampliar a cooperação em energia renovável, segurança alimentar e inovação tecnológica. Em comunicado conjunto, reafirmaram compromisso com os princípios da Carta das Nações Unidas, como soberania, integridade territorial e solução pacífica de conflitos.

Reforço na rede da Bahia. A EIB Global, direção do Grupo Banco Europeu de Investimento dedicada ao desenvolvimento, concederá um empréstimo de 300 milhões de euros à Neoenergia Coelba para modernização da rede de distribuição de energia elétrica da Bahia.

Além de exportar “vento e sol”. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), defende que a exploração do potencial de geração de energias renováveis do estado precisa estar associado ao desenvolvimento industrial local.

  • “Nós vamos, sim, montar um esforço para que a Bahia, onde tenha fonte de energia eólica, solar, biomassa, a gente possa ter também nossas indústrias”, disse Rodrigues, em entrevista ao estúdio eixos, na estreia do programa diálogos da transição COP30
  • Na visão da gerente de Energia e Indústria no Instituto Clima e Sociedade (ICS), Victoria Santos, o powershoring (entenda o conceito) faz parte da agenda da transição energética justa e deve ser pensado como parte da estratégia de desenvolvimento da região Nordeste. 

Plano de transformação ecológica. Na esteira dessa discussão, o consórcio de governadores do Nordeste lançou na terça (11) em Belém (PA), um plano para desenvolver a indústria regional, aproveitando a capacidade de geração de energia solar e eólica. São 47 propostas e 324 ações prioritárias para a região. Veja os detalhes na newsletter diálogos da transição

Ondas de calor. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou durante a COP30, relatório destacando que a adoção de práticas sustentáveis de resfriamento podem economizar US$ 17 trilhões em consumo de energia e evitar até US$ 26 trilhões em investimentos na rede elétrica até 2050.

  • O documento projeta que a demanda global por resfriamento deve triplicar até meados do século, em meio ao avanço das ondas de calor e ao crescimento populacional. 

De olho nas próximas. Mesmo sem uma definição sobre o país-sede da COP31, a COP32 já tem um endereço. O grupo de países africanos submeteu formalmente à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) a indicação da Etiópia para sediar o maior evento da ONU em 2027.

Alívio na conta. A inflação de 0,09% registrada em setembro pelo IPCA foi consideravelmente aliviada pela redução na energia elétrica residencial, segundo o IBGE. Sem a influência da energia elétrica, o IPCA teria sido de 0,20% em outubro.

  • A energia elétrica caiu 2,39% em outubro, um impacto de -0,10 ponto porcentual no IPCA do mês. 

Opinião: Iniciativas brasileiras que se propõem a promover o enfrentamento da pobreza energética em contexto de crise ecológica não estão organizadas em esforço estatal mais amplo de planejamento, coordenação e controle das ações, escrevem os advogados Vitor Alencar e João Paulo Madruga

MP da reforma do setor elétrico. O Movimento União pela Energia, que congrega mais de 70 associações e federações da indústria, defende que sete dispositivos aprovados pelo Congresso Nacional na conversão em lei da MP 1304 sejam vetados pelo governo.

  • As organizações argumentam que esses dispositivos têm potencial de encarecer e aumentar o nível de emissões da energia elétrica, ao mesmo tempo em que podem comprometer a lógica do planejamento e da operação do mercado de energia.

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