Foz do Amazonas

População favorável à exploração da Margem Equatorial sobe para 42% em novembro

Lulistas concentram maior percentual de favoráveis, com 51%; já os bolsonaristas são os mais desfavoráveis, com 58% contra

Navio-sonda ODN-II (NS-42) faz perfurações no poço Pitu Oeste, na Bacia Potiguar, localizada na Margem Equatorial (Foto Cezar Fernandes/Agência Petrobras)
Navio-sonda ODN-II (NS-42) faz perfurações no poço Pitu Oeste, na Bacia Potiguar, localizada na Margem Equatorial (Foto Cezar Fernandes/Agência Petrobras)

BELO HORIZONTE — A população brasileira favorável à exploração de petróleo na Margem Equatorial subiu de 26%, em outubro, para 42% em novembro deste ano, indicou uma pesquisa da Genial/ Quaest realizada com 2.004 entrevistados em 120 municípios.

No mesmo período, a parcela contrária foi de 70% para 49%. As maiores concentrações de população contrária estão nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte (51%). Já a maior concentração de pessoas a favor está na região Sul, com 45% concordando.

Sobre posicionamento político, os lulistas concentram maior percentual de pessoas favoráveis, com 51%; já os bolsonaristas são os mais desfavoráveis, com 58% contra.

A Bacia da Foz do Amazonas é considerada a nova fronteira do petróleo brasileiro frente às perspectivas de queda na produção do pré-sal na próxima década.

Em 20 de outubro, o Ibama liberou a licença ambiental para a Petrobras perfurar o primeiro poço em águas profundas no bloco FZA-M-059, na costa do Amapá. A expectativa da companhia é perfurar de seis a sete poços na área.

O licenciamento é criticado por organizações ambientais. Para o Observatório do Clima, a decisão é “desastrosa do ponto de vista ambiental, climático e da sociobiodiversidade”.

Na mesma semana da liberação da licença, oito organizações de ambientalistas, indígenas, quilombolas e pescadores artesanais entraram com uma ação civil pública (ACP) na Justiça Federal do Pará contra o Ibama, a Petrobras e a União, pedindo anulação do licenciamento do bloco.

A ação questiona três pontos pedindo a anulação na licença de operação: a ausência de consulta adequada aos povos indígenas, a modelagem de dispersão de óleo apresentada pela Petrobras ao Ibama e os impactos climáticos da ampliação de novas fronteiras exploratórias.

Na semana passada, o presidente Lula defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial e disse querer fazer o que especialistas do governo e sua consciência dizem que tem que fazer.

“Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar. Mas se eu fizesse isso eu estaria sendo pequeno diante da importância do que significa você fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer”, afirmou.

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