Paralisação

Petroleiros rejeitam contraproposta da Petrobras e aprovam estado de greve

Categoria critica modelo de negócios da estatal e pede recomposição dos efetivos com convocação dos cadastros de reserva de concursos públicos

Foto: FUP
Foto: FUP

RIO — Os trabalhadores do setor de petróleo rejeitaram, por maioria, a contraproposta apresentada pela Petrobras e suas subsidiárias para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2025. Na sexta (7/11), os 14 sindicatos que compõem a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aprovaram o estado de greve e assembleia permanente.

“O resultado demonstra a insatisfação generalizada com a postura da empresa e reforça a disposição dos trabalhadores em não aceitar retrocessos nos direitos da categoria e redução de custos promovida pela empresa em detrimento dos petroleiros”, diz a nota divulgada, na segunda (10/11), pela FUP.

A entidade afirma que já comunicou oficialmente a decisão à Petrobras, Transpetro, PBio, Ansa, Termobahia e TBG, cobrando a retomada imediata das negociações. 

Uma nova reunião está agendada para terça (11/11), quando a direção da estatal deverá apresentar respostas sobre o Plano de desligamento voluntário (PDV) e as mudanças nas jornadas de trabalho de médicos e odontologistas. Pontos que, segundo a federação, “violam o processo de negociação coletiva”.

Reivindicações centrais

Durante as assembleias, os petroleiros reafirmaram três reivindicações:

  • Solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que têm onerado aposentados e pensionistas;
  • Distribuição justa da riqueza gerada pela categoria, com garantia de condições dignas de trabalho, saúde e segurança, sem impactos de ajustes fiscais sobre salários e carreiras;
  • Oposição às privatizações e ao novo modelo de negócios da Petrobras.

A FUP também destacou a necessidade de recomposição dos efetivos e convocação dos cadastros de reserva de concursos públicos.

Nas assembleias, os trabalhadores ainda aprovaram a quitação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2019, referente aos três primeiros meses daquele ano, ainda sob o ACT vigente à época. 

O acordo, negociado entre FUP e Petrobras, prevê o pagamento de um valor igual para todos os empregados do Sistema Petrobras.

Programa de desligamento voluntário

A greve ocorre em meio à aprovação, pela Petrobras, de um novo Programa de desligamento voluntário (PDV). 

O programa é voltado a empregados que já se aposentaram pelo INSS antes da reforma da Previdência de 2019 e ainda estão em atividade.

Segundo a estatal, o PDV visa à “renovação contínua e gradual dos quadros da companhia”,  “garantindo a continuidade operacional, a segurança das atividades e a transmissão dos conhecimentos críticos para a companhia”. 

O público-alvo do programa é de aproximadamente 1.100 trabalhadores, com desligamentos previstos ao longo de 2026. A medida foi aprovada pelo Conselho de Administração e está alinhada ao Plano de Negócios da companhia.

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