Brasil pode precisar de 2 GW adicionais em novembro para suprir potência, aponta o ONS

Usina Eólica de Seabra (BA)
Vista aérea da Usina Eólica de Seabra, na Bahia.

 

Foto: Divulgação / janeiro 2012
Usina Eólica de Seabra (BA) Vista aérea da Usina Eólica de Seabra, na Bahia. Foto: Divulgação / janeiro 2012

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O aumento da demanda por energia elétrica, puxado principalmente pela atividade econômica voltada para exportação, eleva a necessidade de contratação emergencial de energia, importação e flexibilização da operação de hidrelétricas no segundo semestre, aponta o Operador Nacional do Sistema (ONS).

— Revisão do cenário publicada ontem (22/7) mantém, tanto em um cenário conservador como de maior consumo de energia, o risco de déficit de potência entre outubro e novembro, fim do período do seco.

No pior caso, a necessidade de importação de energia para suprir a potência chega a 2 GW em novembro.

— A nota técnica do ONS alerta que, mesmo no cenário em que há sobra, a situação “não [é] muito confortável em função das diversas incertezas existentes, tais como nível de indisponibilidade térmica e limites de transmissão mais restritivos”.

— A projeção é que diversas hidrelétricas cheguem em novembro com reservatórios abaixo das mínimas históricas. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o nível varia de 10% a 12,6% em novembro.

— No mesmo período, a soma de importação e geração térmica pode saltar de 15 GW médios em julho para 21 GW médios no pior cenário ou 16 GW médios, no melhor.

— Além do aumento da flexibilização do nível dos reservatórios, já em curso, o ONS vai indicar ao gabinete da crise energética a necessidade de antecipação de entrada em operação de usinas térmicas.

— Inclui a redução das cotas mínimas de operação da hidrelétrica de Ilha Solteira, com impacto na usina de Três Irmãos; e avaliação conjunta com a Agência Nacional de Águas (ANA) para utilização dos reservatórios das bacias do Rio Grande e do São Francisco.

— Também recomenda a postergação de manutenções programadas originalmente para 2021 e a conclusão dos estudos para contratação adicional de energia.

— “Neste estudo prospectivo foi considerada uma disponibilidade termelétrica reduzida em comparação àquela considerada nos estudos anteriores, porém mais realista caso as ações no sentido de aumento da disponibilidade energética não alcancem o resultado esperado”, destaca o relatório. Veja o documento na íntegra (.pdf) e a nota do ONS.

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Semana perto do fim, com preços do petróleo negociados perto dos US$ 74 por barril, revertendo por completo as perdas de segunda (19/7), quando a cotação do Brent no mercado futuro despencou 7%.

— Ontem, o Brent fechou a US$ 73,79, valorização de 2,2%, enquanto o WTI dos EUA encerrou o dia cotado a US$ 71,91, alta de 2,3%. O dólar também subiu, acompanhando o mercado externo, e encerrou o dia a R$ 5,213 (+0,41%).

A crise energética refletiu positivamente no resultado operacional da Petrobras. A venda de óleo combustível subiu 52,8% no segundo trimestre; e a comercialização de energia saltou 82,6%.

O valor do MWh faturado pela companhia quase triplicou, saindo de R$ 75 para R$ 229. Todas as variações são em base anual, comparando a demanda deste ano com a de 2020, distorcida pela covid-19.

— A produção de óleo da companhia permaneceu estável em relação a igual período do ano anterior, ficando em 2,75 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Em 2020, a Petrobras postergou a manutenção de plataformas, por questões sanitárias, e no segundo trimestre nove unidades pararam, sendo duas na Bacia de Santos e sete em Campos.

— Com o crescimento da produção do pré-sal, o impacto na produção foi mitigado. A Petrobras avança no desenvolvimento de Búzios, em Santos, ativo que bate recordes de produção por poço, o que acelera o ramp-up das unidades – período necessário entre a instalação e a plataforma atingir a produção máxima.

— O consumo interno de derivados se recuperou, como vinham mostrando outros indicadores da ANP e da EPE. A Petrobras recorreu a mais importação de gasolina e, especialmente, de diesel, para suprir o mercado, e o fator de utilização das refinarias caiu de 85% para 72%. (EstadãoValor).

Greve dos caminhoneiros. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) passou a apoiar a paralisação marcada para começar neste domingo (25/7). O movimento é organizado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).

— A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) não decidiu. “Até o presente momento não temos conhecimento de tal iniciativa por parte de sindicatos ligados ao sistema da nossa Confederação”, disse a CNTA ao Broadcast.

— Esse racha entre as diversas associações que representam a categoria têm servido ao governo federal, que conseguiu enfraquecer todas as iniciativas grevistas até o momento. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, cuida dessa articulação, mas a insatisfação dos caminhoneiros é com o preço do diesel. (Folha).

BNDES publica relatório em defesa do gás natural como combustível de transição energética, com destaque para o setor de transporte (substituição de diesel) e a oferta combinada com biometano nas cidades brasileiras.

—  E cita o papel que a expansão da malha de gasodutos de transporte pode ter nesta estratégia.

— “Por que não começar a desenvolver a malha de gasodutos da costa em direção ao interior de forma a viabilizar não só a produção do biogás no meio rural, mas também sua distribuição em pequenas e médias cidades, ainda que seja necessário contar com gasodutos virtuais para fazer a ponte entre o mercado consumidor e a produção pulverizada de biogás?”, propõe o texto. Veja na íntegra (.pdf)

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