Transição justa

Renováveis e biocombustíveis favorecem descarbonização da América do Sul com incremento no PIB

Relatório da Irena calcula que região pode acelerar transição energética e incrementar o PIB em 1,1% ao ano

Com atuais planos climáticos (NDCs), Brasil está entre os países mais alinhados com Net Zero, mas fica para trás no mercado de hidrogênio, projeta BloombergNEF. Na imagem: Vista aérea vertical de usina solar, com fileiras de painéis fotovoltaicos dispostos lado a lado (Foto Barney Elo/Pixabay)
Ambientes políticos favoráveis e crescente atratividade econômica impulsionam aceleração de instalações renováveis (Foto Barney Elo/Pixabay)

BELÉM — Divulgado nesta segunda (10/11), em Belém (PA), relatório da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês) estima que ao acelerar a transição energética, a América do Sul poderia aumentar o crescimento do seu PIB em 1,1% ao ano até 2050, em comparação com os planos atuais.

Já a oportunidade de criação de empregos é de 12 milhões no setor de energia.

O lançamento ocorreu durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), com um roteiro para a transição energética justa, inclusiva e resiliente da região.

A Irena aponta que, historicamente, a América do Sul tem sido líder global em energia limpa na região da América Latina, impulsionada por uma participação significativa de energia hidrelétrica, eólica e solar na geração elétrica, e pelo uso extensivo de biocombustíveis sustentáveis ​​nos setores de consumo final.

“Essa base sólida posiciona a região de forma favorável à descarbonização”, diz o relatório Perspectivas da Transição Energética Regional: América do Sul (.pdf)

Para acelerar a transição, o documento destaca a necessidade de uma expansão massiva de energias renováveis ​​​​no setor elétrico, aliada ao fortalecimento da integração regional às redes elétricas para aumentar a flexibilidade e a resiliência.

Paralelamente, enxerga a implantação de bioenergia sustentável no curto e médio prazo e a expansão da eletrificação no longo prazo como caminhos para a transição justa.

Acelerar o investimento é crítico: a região precisa de nove vezes mais recursos para sua transformação energética. O relatório estima que foram aplicados cerca de US$ 58 bilhões em 2024, mas é preciso chegar a US$ 500 bilhões por ano, em média, entre agora e 2050.

O relatório também descreve a integração de tecnologias emergentes e inovadoras de descarbonização e a promoção da reindustrialização sustentável para agregar valor à produção nacional e fortalecer o comércio regional.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias