Tensões globais

Petróleo fecha em alta e atenua recuo na semana diante de sinais de excesso de oferta

Investidores foram influenciados por decisão da Arábia Saudita de reduzir preços de venda; Brent subiu 0,4%, a US$ 63,63 o barril

Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, em Osaka, Japão, em 29/6/2019, durante encontro bilateral com o governo brasileiro (Foto Alan Santos/PR)
Príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, em Osaka, Japão | Foto Alan Santos/PR)

O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira (7/11), mas acumularam perdas na semana, pressionados por sinais de excesso de oferta e pela decisão da Arábia Saudita de reduzir significativamente os preços de venda.

A recuperação limitada na sessão de hoje ainda ocorreu em meio ao aumento dos estoques nos EUA e a perspectivas de um mercado em situação de excedente no abastecimento.

Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para janeiro avançou 0,4% (US$ 0,35), a US$ 63,63 o barril, enquanto o petróleo WTI para dezembro, negociado na Nymex, fechou em alta de 0,54% (US$ 0,32), a US$ 59,75 o barril. Na semana, WTI e Brent recuaram 2,02% e 1,76%, respectivamente.

A estatal Saudi Aramco cortou em até US$ 1,40 por barril os preços oficiais de venda para clientes asiáticos e em US$ 0,50 para os EUA, mantendo-os estáveis na Europa.

A medida, segundo analistas, reflete a tentativa de preservar participação de mercado em meio à fraqueza da demanda. Para Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote, o corte “sinaliza preocupação com a demanda e com o ritmo da atividade global”.

De acordo com a consultoria Ritterbusch and Associates, a valorização do diesel após novos ataques a refinarias russas tem dado algum suporte aos preços, enquanto o dólar mais fraco ajuda a conter perdas.

Ainda assim, o aumento de mais de 5 milhões de barris nos estoques de petróleo bruto dos EUA, segundo o Departamento de Energia, limitou a recuperação.

Amena Bakr, da consultoria Kpler, ponderou que o mercado enfrenta excesso de oferta, mas que o termo “superávit” é exagerado. “Os volumes são altos, mas não se comparam ao glut da pandemia”, afirmou. A Oxford Economics lembra que a Opep+ deve interromper os aumentos de produção no primeiro trimestre de 2026.

“O grupo tem se mostrado mais preocupado com o excesso de oferta, em linha com nossas expectativas de que o mercado de petróleo caminhe para um superávit nos próximos meses”, disse ao projetar o Brent a uma média de US$ 63,60 em 2026.

Por Pedro Lima, com informações da Dow Jones Newswires

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