G20 quer soluções baseadas na natureza para transição ecológica

G20 quer soluções baseadas na natureza para transição ecológica
Environment Ministers' Meeting - Foto: Divulgação/G20

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Diálogos da Transição

eixos.com.br | 22/07/21
Apresentada porlogotipo eneva

Editada por Nayara Machado
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O uso de soluções baseadas na natureza está entre as principais estratégias elencadas pelo G20 para lidar com a perda de biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que garante sustentabilidade econômica para a transição ecológica.

Ministros de Meio Ambiente e Energia das 20 maiores economias globais estão reunidos em Nápoles, na Itália, para discutir como colocar a transição no centro da agenda política.

No encontro desta quinta (22), o G20 aprovou a criação de um workshop sobre Soluções Baseadas na Natureza (NBS) e Abordagens Baseadas em Ecossistemas (EBAs).

O objetivo é “sensibilizar para o potencial das duas abordagens para as questões do clima, da natureza e da degradação do solo e investigar potenciais benefícios”, diz a síntese do comunicado conjunto do G20 sobre Meio Ambiente divulgada pelo ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolani.

“O papel das NBS ou EBAs é cada vez mais reconhecido, nos setores econômicos e em todos os ecossistemas, incluindo áreas urbanas, para um horizonte de desenvolvimento sustentável e amigo do ambiente capaz de garantir ao mesmo tempo a inclusão social e a proteção do meio ambiente”, justifica o documento.

O resumo cobre ainda diversos assuntos, como segurança alimentar, uso sustentável da água, lixo marinho, finanças sustentáveis ​​e como educar melhor os jovens sobre questões climáticas.

Embora o documento não traga compromissos políticos concretos, Cingolani chamou o resultado de “particularmente ambicioso” durante coletiva de imprensa nesta tarde.

“Esta é a primeira vez que essas coisas são claramente escritas e vinculadas para todos os países que produzem 80% do produto interno bruto mundial e 85% de suas emissões de carbono”, disse.

Há ainda uma expectativa sobre o comunicado que será divulgado amanhã, após a reunião que vai tratar de energia e mudanças climáticas.

O comunicado desta quinta se divide em três grandes áreas, subdivididas em temas menores:

  • Biodiversidade, proteção do capital natural e restauração do ecossistema: soluções baseadas na natureza, defesa e restauração do solo, proteção dos recursos hídricos, oceanos e mares, com atenção ao lixo plástico marinho;

  • Uso eficiente de recursos e economia circular: têxteis e moda sustentável; cidades circulares; educação e treinamento;

  • Finanças sustentáveis: “foco nas necessidades de financiamento específicas para a proteção e restauração de ecossistemas como uma contribuição para o trabalho do G20 sobre a configuração futura do sistema financeiro global”.

Financiamento para emergentes

Resolver a questão do financiamento é crucial para viabilizar a transição, especialmente em economias emergentes.

Em 2009, países desenvolvidos concordaram em contribuir com US $ 100 bilhões a cada ano até 2020 em financiamento climático para os países mais pobres — muitos dos quais já estão sofrendo com as consequências climáticas com elevação do mar, tempestades e secas.

No entanto, essa meta ainda não foi atingida e o documento não traz novidades neste sentido.

Apenas fala em fortalecer “os investimentos em ativos de capital natural”, “promover sinergias entre os fluxos financeiros destinados ao clima”, e alinhar os investimentos para o desenvolvimento sustentável.

E indica um roteiro plurianual sobre finanças sustentáveis ​​realizado pelo Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis ​​do G20.

Segundo a Reuters, em seu discurso ao G20, o ministro do Meio Ambiente da Argentina, Juan Cabandie, pediu uma “troca da dívida” pela qual uma parte da dívida dos países em desenvolvimento seja perdoada para que possam financiar sua transição ecológica.

Durante a coletiva desta tarde, entretanto, o ministro italiano que presidiu o encontro disse desconhecer a reivindicação.

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O que esperar da declaração conjunta sobre energia e mudanças climáticas

Em novembro do ano passado, o G20 divulgou uma declaração conjunta classificada como “decepcionante” pelo secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres.

Focado na saída da crise sanitária e econômica gerada pela pandemia de coronavírus, o documento trouxe poucas ambições em termos de soluções para a questão climática.

Manteve a aposta, por exemplo, no uso de tecnologias de captura, armazenamento e reutilização de carbono (CSS), como solução intermediária para reduzir a pegada da produção de óleo.

A solução é motivo de disputa nas discussões de política climática e refletiu no G20: entrou na declaração com apoio dos sauditas e sob críticas de países europeus.

Na época, a declaração também foi pouco incisiva na promoção de fontes renováveis, mas trouxe um indicativo para “eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis ineficientes”.

Brasil, Arábia Saudita e Indonésia estão entre os países mais resistentes às tentativas da presidência italiana de reforçar ambições nas declarações do G20, disseram autoridades à Reuters.

Mais: Organizações colocam pressão sobre planos net-zero, com estudo que aponta falha em estratégias de descarbonização

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