Petróleo cai com acordo da OPEP+ e incertezas sobre demanda

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Os preços do petróleo despencam no mercado futuro, com Brent negociado a US$ 71,45 por barril nesta segunda (19/7), desvalorização de mais de 2% e o menor valor desde o início de junho.

— A queda ocorre após a OPEP+ chegar a um acordo para aumento da produção no fim de semana (veja detalhes abaixo). Apesar da definição aguardada pelo mercado, a demanda por combustíveis volta a preocupar investidores, diante do repique nos casos de covid-19, provocados por novas variantes. Semana passada, os preços recuaram 3%. Reuters

— Relatório da própria OPEP da semana passada indicou que a demanda por óleo permanece com crescimento esperado de 6 milhões de barris por dia na média de 2021. Para 2022, vê crescimento adicional de 3,3 milhões de barris por dia, para 99,86 milhões de barris diários. Valor

A coalizão OPEP+ chegou a um acordo no fim de semana para elevar a produção mensal de petróleo em 400 mil barris por dia até o fim do ano, a partir de agosto. Após a paralisação das negociações há três semanas, o resultado do relaxamento das cotas de produção acabou em linha com as previsões do mercado.

— Os Emirados Árabes Unidos haviam se recusado a assinar a revisão do acordo, em busca do reajuste de sua cota individual. O impasse deu margem para que não apenas os Emirados Árabes, mas Arábia Saudita, Rússia, Iraque e Kuwait elevem sua produção em 2022. S&P Global Platts, em inglês.

— Significa elevar a oferta em 2 milhões de barris por dia no segundo semestre. Com os ganhos no valor do barril vistos este ano, os países da OPEP+ ganham espaço para aumentar sua participação no mercado durante a recuperação da demanda.

— O acordo, a princípio, vale até 2022. A previsão, contudo, é que a trajetória da oferta de óleo definida agora valha, pelo menos, até dezembro, quando os países do cartel de produtores voltam à mesa de negociação para decidir o que será feito ano que vem.

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Ao deixar o hospital, no domingo (18/7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a prometer que vai desonerar os preços do óleo diesel em quatro centavos por litro. O anúncio foi feito na semana passada, quando Bolsonaro falou em redução dos tributos federais de 31 para 27 centavos. O aumento mais recente da Petrobras foi de dez centavos por litro.

— Procurado, o Ministério da Economia informou na semana passada que não comenta atos não publicados. Bolsonaro não detalha quando a desoneração vai entrar em vigor, por quanto tempo terá efeito, nem qual será a fonte do recurso.

— No subsídio dado ao diesel entre março e abril, combinado com a desoneração do GLP, o governo elevou a carga tributária dos bancos e tentou encerrar o regime especial da indústria química, que acabou prorrogado pelo Congresso Nacional.

— Na Câmara, o projeto do governo federal para reformar o ICMS acabou não votado antes do recesso. A proposta de mudança na cobrança pelos estados prevê, entre outros pontos, a criação de uma alíquota única nacional.

— A própria base do governo dá sinais de recuo, e a negociação caminhava para um texto que garantisse a publicação do valor final cobrado pelos estados – Bolsonaro tenta desvincular a formação dos preços ao seu governo e culpar o ICMS dos estados.

Crise energética. O ONS emitiu um comunicado solicitando que todos os geradores de energia adiem paradas de manutenção para evitar déficit no período seco. O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, garante que a situação segue sob controle e sem risco de racionamento. Reuters

— Na semana passada, a Petrobras informou que bateu recorde histórico de regaseificação de GNL, atingindo 42 milhões de m³/dia em 28 de junho. Com isso, a oferta de gás da companhia bateu 109,4 milhões de m³/dia de gás natural.

Eletrobras. O CNPE deve definir em setembro como será a criação da nova estatal que vai controlar a Eletronuclear – e as usinas nucleares de Angra 1, 2 e 3 – e será responsável pela comercialização de energia brasileira de Itaipu Binacional.

— “Já tem a previsão de ter o aporte, mas podem ser discutidas outras alternativas. O que tem se pensado é uma empresa nova estatal aportando na Eletronuclear e diluindo a participação da Eletrobras”, disse o presidente da estatal, Rodrigo Limp. MegaWhat

— Uma possibilidade é a Eletrobras, privatizada, manter uma participação minoritária na nova estatal. A reestruturação das empresas, em razão da capitalização da Eletrobras, é estudada pelo BNDES.

Shell Brasil e a Gerdau anunciaram planos para instalar um parque solar fotovoltaico de 190 MW em Minas Gerais. Termo de cooperação prevê estudos para criação de uma joint venture (50%-50%).

— Batizado de Aquarii, o parque poderá atender a demanda da Gerdau e ter sua energia comercializada no mercado livre pela Shell. A petroleira tem ampliado o interesse na geração solar no Brasil, com registro de projetos em Minas Gerais e no Nordeste.

Biodiesel. Ubrabio defende que setor de biodiesel e a indústria automobilística devem apresentar propostas conjuntas para a especificação da qualidade do biodiesel.

— “Esta evolução é fundamental para que o diesel B atenda às exigências tecnológicas previstas para a Fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve), prevista para ser adotada integralmente em 2023”, disse Juan Diego Ferrés, presidente do Conselho Superior da Ubrabio. Broadcast

Acidente durante a instalação de linhas de transmissão no Pará causou a morte de trabalhadores na sexta (16/7). As vítimas são funcionários da Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela Engie para a construção das linhas, entre os estados do Pará e Tocantins.

— A empreiteira diz que está “contratando a perícia técnica para investigar as causas reais do acidente e dará todo apoio às autoridades na apuração do caso”, segundo informações do G1.

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), colegiado ligado ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, recomendou a anulação da suspensão do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, e a reintegração do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Alessandro Trindade, demitido em junho.

— Bacelar foi punido pela greve na RLAM em fevereiro deste ano, enquanto Trindade foi demitido pela Petrobras por apoio à ocupação de um terreno em Itaguaí (RJ). O Campo de Refugiados 1º de Maio foi desocupado em julho, por ordem da Justiça.

— Em resposta à deliberação da CNDH, a Petrobras afirma que “adotou as medidas que lhe competia nos casos apontados, cumprindo rigorosamente os requisitos legais e normativos”.

Teletrabalho. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) apresentou pesquisa à Petrobras que mostrou que 54% dos participantes gostariam de manter o teletrabalho, mesmo após o fim da pandemia de Covid-19.

— A pesquisa foi feita entre 19 de agosto e 25 de setembro de 2020 e contou com a participação de 1.242 empregados da estatal, dos quais 85% atuam na controladora, 14,7%, na Transpetro e o restante, na TBG.

— Os empregados da Petrobras começaram a retornar aos escritórios neste mês, com o alto escalão da empresa. O retorno dos demais será gradual até outubro. Independente da pandemia, a empresa vai manter o regime híbrido, intercalando trabalho remoto e presencial.

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