Acima de 2ºC

Novas promessas climáticas contribuem pouco para reverter aquecimento global, alerta ONU

Nova rodada de NDCs leva as projeções de aquecimento global para 2,3 a 2,5 °C até 2100

Conteúdo Especial

Novas promessas climáticas contribuem pouco para reverter crise climática, alerta agência da ONU (Foto: Pnuma)
Diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen (Foto: Pnuma)

BRASÍLIA — A poucos dias do início da COP30, novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) sobre a lacuna de emissões globais alerta que as projeções de aquecimento seguem acima de 2ºC se as promessas feitas até agora forem cumpridas.

De acordo com documento publicado nesta terça (4/11), a nova rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), abrangendo o período até 2035, leva as projeções de aquecimento global para este século entre 2,3 e 2,5 °C, em comparação com os 2,6 a 2,8 °C previstos na edição do ano passado.

Foram analisadas apenas 60 NDCs atualizadas, entregues à ONU até o final de setembro — menos de um terço dos signatários do Acordo de Paris.

Grandes emissores, incluindo a China e a União Europeia, ainda não apresentaram suas novas metas, o que torna o cenário totalmente incerto.  

Ainda de acordo com o novo relatório, as temperaturas baseadas nas políticas atuais devem ficar em 2,8°C, em comparação com 3,1°C no ano passado.

Ambição irrelevante

O Pnuma observa que as atualizações metodológicas representam 0,1°C da melhoria, enquanto a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris anulará outros 0,1°C, “o que significa que as novas NDCs em si mal fizeram diferença“. 

Como resultado, as nações ainda estão longe de atingir as metas do tratado assinado há uma década.

Reduções nas emissões anuais de 35% e 55%, em comparação com os níveis de 2019, serão necessárias em 2035 para estarem em conformidade com as metas de 2°C e 1,5°C. 

O relatório conclui que o aumento da temperatura média global ao longo de várias décadas ultrapassará 1,5°C, pelo menos temporariamente, o que será difícil de reverter.

“Embora os planos climáticos nacionais tenham apresentado algum progresso, ele está longe de ser rápido o suficiente, e é por isso que ainda precisamos de cortes de emissões sem precedentes em um prazo cada vez mais curto, com um cenário geopolítico cada vez mais desafiador”, comenta a diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen.

“Mas ainda é possível – por pouco. Já existem soluções comprovadas”, acrescenta.

*Com informações da Agência de Notícias da ONU

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