BRASÍLIA — O terminal de uso privado (TUP) da Atem realizou, pela primeira vez na América do Sul, uma operação logística que envolveu o embarque de 16 barcaças empilhadas, de forma transversal, no navio AAL Hamburg.
A manobra marcou o início do transporte das embarcações destinadas à hidrovia Paraguai-Paraná, que integrarão a frota fluvial da subsidiária logística da mineradora LHG.
Esse novo modal de transportes também deve atender o mercado de combustíveis. O TUP da Atem foi o primeiro terminal de uso privado do Pará destinado ao abastecimento de combustíveis, com capacidade de 74 milhões de litros.
Recentemente foram finalizadas as obras de ampliação da estrutura de tancagem para biocombustíveis da base da Atem em Miritituba.
O projeto de construção das barcaças, financiado pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) e com apoio do BNDES, é parte do investimento para ampliação da frota da Lhg Mining usada para escoar o minério de ferro produzido em Corumbá. A rota considerada estratégica para a competitividade utiliza a hidrovia Paraná – Paraguai para levar a produção até o terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde é carregada em navios de longo curso para exportação.
O embarque das barcaças ocorreu entre os dias 8 e 24 de outubro e foi feito por meio de guindastes de alta precisão, capazes de içar as estruturas de 380 toneladas.
A operação contou com o apoio e supervisão da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, a Receita Federal, consultores navais e engenheiros portuários.
Hidrovia Paraguai-Paraná
O FMM e o BNDES destinaram R$ 3,7 bilhões à LHG Logística para a construção de 400 balsas e 15 empurradores para o transporte hidroviário de minérios de ferro e Manganês pelos rios Paraná e Paraguai.
O investimento representa um incremento de 16% da frota nacional de transporte de carga para navegação interior e a geração de cerca de 5,5 mil empregos diretos e indiretos, a maior parte deles nas regiões Norte e Nordeste, onde serão aplicados 87% dos recursos aprovados.
O projeto permitirá a ampliação do escoamento na logística de minérios que são extraídos em Corumbá (MS) e carregados nas barcaças, atravessando 2.500 km pela hidrovia, cruzando o Paraguai, até chegar ao terminal marítimo de Nova Palmira, no Uruguai, onde são carregados em navios de longo curso.
O aumento da frota hidroviária tem potencial para aumentar o escoamento de minério em, no mínimo, 5,9 milhões de toneladas por ano. Também prevê redução das emissões de gases de efeito estufa, frente a outros modais de transporte.
