Eólica offshore

Senai-RN lança edital para investimento em piloto de eólica offshore

Objetivo é que diversas empresas desenvolvam soluções e tecnologias nacionais para projeto que será sítio de testes para futuros aerogeradores

Demora na lei que cai criar o marco legal das eólicas offshore impacta desde indústria de suprimentos até hidrogênio verde (H2V). Na imagem: Turbinas eólicas em alto mar para geração offshore (Foto: Elke/Pixabay)
Eólicas offshore dependem de definições regulatórias para saírem do papel no Brasil (Foto: Elke/Pixabay)

BELO HORIZONTE — O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Rio Grande do Norte (Senai-RN) e a Dois A Engenharia anunciaram, na quarta-feira (29/10), um edital multiclientes do primeiro projeto de energia eólica offshore do Brasil.

O empreendimento está localizado a uma distância de 15 a 20 quilômetros da costa do município de Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e é o único do país com licença prévia emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo o Senai, serão investidos aproximadamente R$ 42 milhões na primeira etapa do empreendimento, que inclui projetos de engenharia e análises de condições de produção, com compartilhamento de riscos financeiros, tecnológicos e de conhecimento entre os participantes.  

De acordo com o diretor do Senai-RN e do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), Rodrigo Mello, a duração prevista dessa fase será de 16 a 18 meses, a partir da assinatura do contrato com o grupo de investidores. 

Já a segunda etapa inclui atividades de construção, montagem, comissionamento, testes e validações.

“A previsão é captar parceiros interessados em desenvolver tecnologia nacional e soluções de construção e logística para fixação de aerogeradores nas condições da Margem Equatorial brasileira, ou seja, adaptadas a águas rasas, com até 70 metros de profundidade”, disse Mello. 

“Precisamos desenvolver soluções locais para a instalação do setor, então o contexto não é simplesmente validar as ótimas condições de potencial eólico que temos, mas também validar tecnologias consolidadas no ambiente internacional e especialmente desenvolver soluções para condições brasileiras com a sua respectiva logística e conteúdo nacional”, completou.

As empresas interessadas podem se inscrever a partir de 28 de novembro, neste link

A expectativa do diretor é que os contratos sejam assinados a partir de dezembro deste ano e que o projeto, por meio da cooperação, tenha início em abril de 2026.

O piloto prevê a instalação de dois aerogeradores, com capacidade instalada total de até 24,5 megawatts (MW), nas proximidades do Porto-Ilha de Areia Branca. A energia gerada será destinada ao consumo interno do empreendimento.

A iniciativa deve contribuir para a autossuficiência energética do Porto-Ilha e a redução do uso de combustíveis fósseis.

Entre as funções do empreendimento está a de sítio de testes para futuros aerogeradores que serão implantados no mar do Brasil.

A emissão da licença prévia comprova a viabilidade ambiental do projeto em sua fase de planejamento. As próximas etapas do licenciamento dependem do cumprimento dos requisitos do Ibama. 

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