RIO — O Brasil é um celeiro de dados para aplicação da Inteligência Artificial (IA, na sigla em inglês) na indústria global de óleo e gás, disse Felipe Baldissera, CEO da Shape Digital — um spin-off da Modec e que fornece serviços digitais para indústrias de capital intensivo.
Em entrevista ao estúdio eixos durante a OTC Brasil 2025, na quarta-feira (29/10), Baldissera destaca que o Brasil concentra 25% da frota mundial de plataformas flutuantes (FPSOs) e um dos maiores produtores offshore de petróleo. Assista na íntegra acima!
“Por que uma empresa que está desenvolvendo tecnologia no Brasil pode bater à porta nos Estados Unidos, no centro dessa revolução industrial de AI, e falar ’eu posso agregar valor para vocês’? Porque, sim, inteligência artificial é tudo sobre você ter dados, você ter histórico, você usar da melhor forma esses dados. E o Brasil é um celeiro incrível para isso”.
O executivo também cita a presença de pessoal especializado no Brasil como diferencial.
“A gente tem uma frota de um tamanho único, a gente tem acesso a bons recursos, pessoas boas, bons cientistas de dados, bons engenheiros de software… Nós não precisamos ser um país de commodities, nesse aspecto. Porque o offshore brasileiro é uma coisa única. É uma coisa especial e pode ser um ponto de partida para você vender tecnologia para o mundo”, complementou.
Principais pontos tratados pelo CEO da Shape
- A Shape Digital nasce da transformação digital da Modec, responsável por 30% da produção de petróleo do Brasil.
- Desenvolvimento de tecnologia voltada à eficiência, segurança e sustentabilidade.
- O Shape Lighthouse usa IA e dados para prever falhas e reduzir perdas de produção.
- O Shape Reef faz a gestão das barreiras de segurança das plataformas.
- O Shape Aura, criado com a TotalEnergies, otimiza o consumo energético e reduz emissões.
- Avanço para IA generativa, com parceria da Microsoft e OpenAI, reduzindo falsos positivos.
- Expansão internacional com escritório em Houston, impulsionada pelo offshore brasileiro.
- Brasil tem 25% da frota mundial de FPSOs, consolidando-se como referência global em dados e tecnologia.
- Crescimento: novo contrato com a Prio para uso do Lighthouse em toda a frota; e parcerias com Equinor (Bacalhau) e ExxonMobil (Guiana) reforçam a presença internacional.