OTC Brasil 2025

Amapá pode ser a nova Macaé e exportar bens e serviços de óleo e gás, diz Abespetro   

Presidente da Abespetro diz que avanço das perfurações na Bacia da Foz do Amazonas pode transformar o Amapá em polo exportador para a Margem Equatorial

RIO — O início das campanhas de perfuração na Bacia Foz do Amazonas deve começar a atrair as primeiras empresas de serviços para a região.

A longo prazo, se a bacia se confirmar como uma nova fronteira de produção de óleo e gás, o litoral do Amapá tem condições de replicar a experiência de Macaé (RJ) e abrigar uma cadeia de fornecedores mais madura, disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro), Telmo Ghiorzi.

Em entrevista ao estúdio eixos na terça-feira (28/10), durante a OTC Brasil 2025, no Rio, Ghiorzi destacou que o litoral do Amapá está numa posição estratégica para se consolidar como supridora de bens e serviços não só para as atividades na Margem Equatorial brasileira, mas também para países vizinhos como Guiana e Suriname. Assista na íntegra acima!

“O Amapá está na ponta da Margem Equatorial brasileira, mas no meio da Margem Equatorial da América do Sul”.

“Macaé, há 50 anos, era uma pequena vila de pescadores. Talvez tivesse menos infraestrutura em Macaé naquela época do que tem hoje algumas cidades do litoral do Amapá, como Macapá e Oiapoque”, disse.

Ghiorzi conta que Macaé, conhecida como a Capital do Petróleo, por sua importância logística para exploração e produção da Bacia de Campos, não foi pensada como um polo exportador de bens e serviços. Mas o Amapá já parte das lições aprendidas.

Segundo ele, as primeiras atividades de exploração na Bacia Foz do Amazonas tende a atrair, primeiro, bases de apoio offshore, para suprimento das sondas de perfuração.

Num primeiro momento, esse suprimento deve ser feito via Belém (PA), mas a tendência é que, com o aumento gradual das atividades, seja necessário instalar uma base mais próxima, no litoral do Amapá

Em seguida, disse Ghiriozi, haverá um impacto na cadeia produtiva local, com usinagem e serviços de manutenção. “E, no futuro, grandes fábricas de equipamentos”.

Principais pontos tratados pelo presidente da Abespetro

  • Entrada de petroleiras independentes no pré-sal amplia a pluralidade e dinamismo do setor.
  • Flutuações do petróleo são vistas como naturais e sem risco para a cadeia produtiva.
  • Pré-sal mantém alta competitividade com break-even em torno de US$ 35.
  • Redução de investimentos da Petrobras não preocupa: indústria segue sólida e diversificada.
  • Margem Equatorial é vista como nova fronteira promissora, com o Amapá tendendo a ser a “nova Macaé”.
  • Região pode virar polo exportador de bens e serviços para países vizinhos.
  • Expansão exigirá bases logísticas offshore e deve impulsionar economia e empregos locais.

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