RIO — Enquanto se prepara para cumprir o mandato do biometano, a partir de 2026, a Equinor começa a avaliar entrar na produção do gás renovável, no futuro.
“Estamos conversando com produtores, tentando entender a cadeia de valor, os custos e tem sido bem interessante. Porque a gente está vendo claramente uma total sinergia do gás com o biometano”, disse a gerente de Comercialização de Gás Natural da Equinor, Anna Carolina Neves, ao participar do diálogos da transição 2025, evento promovido pelo estúdio eixos em parceria estratégica com a Firjan, na sexta (24/10). Assista na íntegra acima!
Ela conta que o movimento ainda é analisado com cautela, uma vez que a companhia norueguesa não tem a expertise no mercado brasileiro de biometano.
“Ainda é devagar, porque são várias questões sobre a interiorização, transporte e a gente ainda não está acostumado a lidar com isso, mas estamos nos preparando para atender, sim, [o mandato] num curto prazo com os certificados. E depois, pensando em ter ambições de entrar numa parceria para ter produção também”, completou.
O MME colocou em consulta pública a sua proposta de mandato inicial para o biometano, a partir de 2026:
- a meta de 0,25% (equivalente a um volume de 238 mil m³/dia) ficou abaixo da meta de 1% prevista na lei do Combustível do Futuro.
A definição de metas individuais de redução de emissões (e formas de apuração de seu cumprimento) para empresas do setor ainda está sendo regulamentado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Neves conta, no entanto, que a empresa vê o atingimento da meta com tranquilidade. Ela acredita que a Equinor terá, inicialmente, um volume pequeno a cumprir no mandato — uma vez que o crescimento de volume de oferta de gás natural da companhia só deve saltar, de fato, a partir de 2028, com a entrada em operação do projeto Raia.
Principais pontos tratados pela gerente da Equinor
- Equinor: empresa global de energia com foco em óleo, gás e transição energética, comprometida com segurança e baixo carbono.
- Aprendizado: parceria com a Petrobras em Roncador foi crucial para entender o mercado livre e viabilizar o projeto Raia.
- Projeto Raia: parceria com Petrobras e Repsol, 16 milhões m³/dia e emissões de 6 kg CO₂/barril, abaixo da média global.
- Investimentos: dependem de menos incertezas, segurança regulatória e demanda de longo prazo.
- Gás na transição: fonte despachável que complementa as renováveis enquanto baterias ainda não são viáveis.
- Competitividade: envolve preço, confiabilidade, previsibilidade e flexibilidade.
- Gestão de portfólio: diversificação da oferta (produção nacional, Bolívia, Argentina, GNL) e da demanda (indústria e setor elétrico).
- Infraestrutura: transporte é o elo mais sensível; liquidez e tarifas competitivas são vitais.
- GNL e estocagem: instrumentos-chave para segurança e equilíbrio da oferta.
- Foco futuro: consolidar a Equinor como fornecedora competitiva, flexível e confiável de gás natural.