diálogos da transição

ANP poderá promover rodadas para ofertar projetos de biometano no futuro, diz diretor do MME

Marcello Weydt afirma que há investidores estrangeiros interessados em entrar na produção de biometano no Brasil

O diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcello Weydt, acredita que o mercado de biometano poderá evoluir, no futuro, para um modelo de rodadas para atração de investidores interessados em novos projetos no Brasil.

Ao participar do diálogos da transição 2025, evento promovido pela agência eixos em parceria estratégica com a Firjan, Weydt explicou que as rodadas ficariam à cargo da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Quem sabe a gente não está fazendo rodadas para atrair investidores, tanto em infraestrutura como para a produção de biometano? É essa a sementezinha que a gente está plantando para o futuro”, disse.

A ideia, segundo ele, é que as rodadas ofertem projetos, para casar agentes. O diretor do MME cita que há investidores estrangeiros interessados em entrar na produção de biometano no Brasil — e, por outro lado, donos da matéria-prima (usinas sucroalcooleiras e aterros sanitários, por exemplo) que não se interessam pela atividade.

“A gente pode aproveitar tanto produtores nacionais, sem problema, como os próprios produtores de insumos que estão ali, mas não é o main business [negócio principal] deles. Eles não estão preocupados com aquilo. Pelo contrário, eles querem reduzir aquele passivo ambiental para expandir a produção principal deles”, afirmou.

O decreto 12.153/2024 estabelece que a ANP ofertará, para os investidores interessados, a outorga da autorização para as atividades das infraestruturas e instalações constantes do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano, por meio de processo seletivo público para escolha do projeto mais vantajoso técnica e economicamente.

Principais pontos tratados por Marcello Weydt

  • Gás natural não apenas como combustível fóssil, mas como elemento estratégico de segurança energética e apoio à descarbonização.
  • Brasil tem “grande espaço” para aproveitamento do gás natural em sua matriz energética.
  • Gás natural tem papel estratégico também no setor elétrico.
  • Há articulação entre os setores de energia elétrica e gás, algo historicamente separado no Brasil.
  • Portaria mencionada sinaliza maior integração entre os dois setores, especialmente no contexto dos leilões de reserva de capacidade.

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