O gerente executivo de Programas Estruturantes da Petrobras, Wagner Victer, disse nesta quinta-feira (23/10) que não houve “vencedores e vencidos” no licenciamento da perfuração dos primeiros poços da Bacia Foz do Amazonas.
Ao participar do diálogos da transição 2025, evento promovido pela agência eixos em parceria estratégica com a Firjan, Victer destacou que o debate sobre transição energética precisa considerar que não há contradição entre a descarbonização e a coexistência com o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias de óleo e gás.
“Não houve vencedores e derrotados no licenciamento [da Margem Equatorial]. Foi técnico, foi duro, pesado, mas foi técnico e aprendemos com isso. A grande questão é que estamos trabalhando em limites, em pontas, e na verdade temos que compreender que não há divergências [entre a indústria de petróleo e a transição]”, disse.
Victer completou que o momento é de pacificação sobre o debate do licenciamento da Foz do Amazonas — e que a declaração da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), de que a licença foi fruto de decisão técnica do Ibama, foi positiva nesse sentido.
Ele citou ainda que a indústria petrolífera assume um papel importante de financiador da transição energética e desenvolvedora de tecnologias de descarbonização. E que é preciso incorporar, no debate, o conceito de pobreza energética.
“Transição energética justa tem que ser feita em bases econômicas viáveis para que a sociedade brasileira possa ter acesso à energia para o desenvolvimento”
“Parar de produzir petróleo no Brasil representa melhorar o clima? De forma alguma. Representa importar mais petróleo, de mais emissão de carbono associado, sem gerar riquezas, royalties. Não se tem investimentos em P&D [pesquisa e desenvolvimento], inclusive para fazer transição energética”, complementou.