O leilão do pré-sal desta quarta-feira (22/10) marca a estreia de uma produtora independente — a Karoon — e a entrada de um consórcio chinês “puro sangue” (CNOOC/Sinopec) no polígono do pré-sal, no regime de partilha. (veja os resultados)
E a diversificação dos agentes no pré-sal deve se tornar uma tendência, na visão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em entrevista exclusiva ao estúdio eixos, o diretor-geral da ANP, Artur Watt Neto, disse que a entrada de novos operadores no regime de partilha traz uma nova dinâmica para os leilões do pré-sal. (Assista na íntegra a cobertura do leilão)
“Isso traz uma pujança, uma disputa diferente para o setor. [As independentes e majors] têm perspectivas e estratégias diferentes, mas em algum momento vão concorrer e isso traz dividendos para o país, nas condições contratuais, na disputa de ágio”
Watt citou ainda os impactos positivos da entrada de novos operadores para a geração de demanda por bens e serviços no país.
Ele classificou o resultado do leilão desta quarta como um sucesso, em todos os sentidos, desde a entrada de novos agentes à quantidade de áreas arrematadas e aos ágios — sobretudo num contexto de queda dos preços internacionais do petróleo.
ANP vê diversificação como tendência
Ao comentar os resultados do leilão desta quarta, em coletiva de imprensa, a diretora da ANP, Symone Araújo, destacou que a diversificação do número de empresas no regime de partilha é um “movimento natural” e esperado – e acompanha a própria mudança no perfil de áreas ofertadas.
Ela cita que o pré-sal passa por um momento de “povoamento” e que as áreas ofertadas avançam cada vez mais do “meio para a borda do polígono”.
“O pré-sal ainda tem muita área a ser descoberta. O que vamos observar ao longo dos próximos anos é que vamos trazer um número cada vez maior de blocos com características cada vez mais diferentes”, disse.
“E isso traz empresas com características diferentes”, complementou.
Na avaliação do diretor da MA2 Energy, Marcelo de Assis, o resultado do leilão supreendeu positivamente: ao todo, foram negociados cinco dos sete blocos ofertados, com ágios elevados em alguns casos e concorrência aberta por duas das áreas arrematadas.
Assis avalia que o sucesso da licitação revela, em certa medida, um acerto da ANP na calibragem dos bônus de assinatura e excedente em óleo mínimo.
“Acho que foi bastante equilibrado. Conseguiu trazer os players para a mesa, considerando toda essa incerteza de óleo baixo, o insucesso [exploratório recente] no pré-sal, e mesmo assim foi um sucesso”, disse Assis, durante a transmissão especial da agência eixos do leilão. Assista na íntegra a análise do leilão
As estreantes
A CNOOC é uma figura presente no pré-sal desde o 1º leilão de partilha, em 2013, quando foi licitada a área de Libra.
Essa é, porém, a primeira vez que a companhia entra como operadora no regime. A CNOOC arrematou nesta quarta (22/10) o bloco de Ametista, na Bacia de Santos, em sociedade com a também chinesa Sinopec (30%);
A CNOOC já opera, hoje, dois blocos, mas ambos fora do polígono do pré-sal, no regime de concessão:
- ES-M-592 (Bacia do Espírito Santo)
- S-M-1813 (Bacia de Santos).
Já a Karoon estreia no polígono do pré-sal, no regime de partilha, com a aquisição do bloco Esmeralda, na Bacia de Santos.
A petroleira australiana opera o campo de Baúna, no pós-sal da Bacia de Santos, e possui atualmente outros três blocos exploratórios na mesma bacia, mas todos de concessão, fora do polígono:
- S-M-1356
- S-M-1482
- e S-M-1537.
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