Para o vice-presidente do conselho da Cosan, Marcelo Martins, políticas empresariais baseadas em critérios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) trazem credibilidade e maior competitividade paras as companhias.
“A plataforma ESG tem sido absolutamente fundamental para que a gente seja percebido como uma empresa à frente dos nossos concorrentes e bem posicionada no mercado”, afirmou o executivo durante webinar da Exame, na quarta (16).
O evento discutiu o que as empresas devem fazer para conseguir atrair e contratar um maior número de profissionais diversos.
Na avaliação de Martins, o discurso da inclusão deve vir acompanhado pela prática e estar na agenda dos mais altos postos das empresas.
“Uma política de inclusão, que tem que ser absolutamente absorvida na rotina de uma companhia, passa por um convencimento inquestionável do nível mais alto da administração, dos executivos”, observou.
O executivo citou como exemplo o programa em andamento na companhia para atração, contratação e retenção de mulheres e profissionais negros.
[sc name=”recircula” ]
Espaço para diversidade
Uma das pioneiras quando o assunto é empresas com propósito, Luiza Trajano, presidente do conselho da Magazine Luiza, falou sobre a importância de dedicar espaço para diversidade dentro das empresas.
Em setembro do ano passado, a companhia de varejo ganhou imenso destaque após anunciar uma programa de trainee exclusivo para pessoas negras.
“A cota é um processo transitório para acertar uma desigualdade”, disse Luiza.
Para ela, a inciativa privada tem um papel relevante para contribuir na redução das desigualdades, principalmente depois dos danos econômicos causados pela pandemia da covid-19.
“A desigualdade social foi escancarada e todas as pessoas que têm um pouco mais de consciência entenderam que a responsabilidade não é só do governo”, avaliou.
[sc name=”adrotate” ]
Transformação cultural
Já Leonardo Framil, CEO no Brasil e América Latina da Accenture, ressaltou que a inclusão e diversidade também resolvem o déficit de talentos que algumas empresas enfrentam.
“No Brasil hoje faltam 150 mil profissionais de tecnologia. Como abrir mão de negros, mulheres e da comunidade LGBTQIA+ quando se tem esse tipo de carência de profissionais? ”, questionou.
Ainda assim, o CEO acredita que há um longo caminho a percorrer e que muitas empresas ainda não perceberam o valor da diversidade.
Ele citou uma pesquisa feita entre executivos, que revelou que 91% deles entendem que a transformação cultural de uma empresa é algo relevante, mas o tema não é considerado uma prioridade estratégica.
“Quando você junta pessoas com características diferentes você tem o melhor que uma empresa pode ter”, concluiu Framil.
[sc name=”news-transicao” ]