Descarbonização

Ao menos cinco portos brasileiros oferecem incentivos para navios com menor pegada de carbono, diz Antaq

Açu se destaca como o único com Plano de Descarbonização e o com inventário mais abrangente de emissões

Usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), tem capacidade para atender 8 milhões de residências (Foto Ricardo Stuckert/PR)
Usina termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), tem capacidade para atender 8 milhões de residências (Foto Ricardo Stuckert/PR)

BELO HORIZONTE — Ao menos cinco portos brasileiros oferecem incentivos para navios com menor pegada de carbono, de acordo com mapeamento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A lista inclui os portos de:

  • Itaqui (MA)
  • Terminal de Uso Privado do Pecém (CE)
  • Paranaguá (PR)
  • Santos (SP)
  • e o Terminal de Uso Privado do Açu (RJ)

Entre os incentivos que esses empreendimentos oferecem para navios com menor emissão de GEE estão descontos tarifários ou prioridade de atracação.

O levantamento faz parte do eixo 3 do Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e Aplicações do Hidrogênio nos Portos, aprovado pela diretoria da Antaq na quinta (9/10).

A agência selecionou as instalações para um estudo de caso sobre as experiências em iniciativas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), transição energética, descarbonização e aplicação de hidrogênio verde.

Fatores como bons resultados no Índice de Desempenho Ambiental (IDA) e projetos que têm em andamento para a transição energética pesaram na escolha.

Descarbonização portuária

Os portos de Santos, Itaqui e Açu possuem inventários completos de emissões, ao passo que os outros dois estão em fase de contratação desse serviço.

De acordo com o estudo, o Porto do Açu tem o inventário mais abrangente, incluindo emissões de atividades como dragagem e transporte logístico.

O complexo no Rio de Janeiro também é o único com um Plano de Descarbonização consolidado.

As demais instalações portuárias estão desenvolvendo seus planos. 

As principais iniciativas adotadas incluem a instalação de painéis solares para geração de energia limpa, contratação de energia renovável certificada, substituição de equipamentos a combustão por elétricos, modernização da infraestrutura elétrica e desenvolvimento de parcerias estratégicas para avaliar e implementar o uso de combustíveis de baixo carbono.

Plano para hidrogênio verde

O relatório recomenda a criação de um Plano Nacional de Hidrogênio Verde e a implementação de incentivos fiscais para acelerar a oferta e adoção de combustíveis limpos. 

“Incluo também neste rol esforços institucionais no sentido de viabilizar parcerias internacionais, incentivos econômicos e capacitação técnica, que se mostram indispensáveis para garantir uma transição energética eficiente e duradoura, tornando os portos brasileiros mais resilientes e alinhados às melhores práticas globais”, disse o relator do processo que trata do estudo, o diretor Caio Farias.

Farias destacou, ainda, a importância de parcerias público-privadas para desenvolver infraestrutura e corredores verdes de exportação, além de investimentos em pesquisa e desenvolvimento para reduzir custos e ampliar a competitividade das tecnologias sustentáveis.

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